2.1.09

Como é gasto o nosso dinheiro

Praça de Londres - Lisboa
Marquês de Pombal - Lisboa
HÁ JÁ ALGUNS MESES que é possível tropeçar, na Praça de Londres, em Lisboa, num misterioso posto para «Carregamento de Veículos Eléctricos», que parece estar operacional - pelo menos a avaliar pela posição "ON" dos disjuntores e dos dois lugares de estacionamento reservados para esse efeito.
Pois bem; passo por lá uma dúzia de vezes por semana, às horas mais variadas, e nunca tive a sorte de ver o equipamento a funcionar. No entanto, e para me redimir da eventual injustiça do título deste post, ofereço um lanche na pastelaria Mexicana ao primeiro leitor que me enviar uma fotografia que mostre o referido equipamento a ser utilizado.
NOTA-1: Existe pelo menos um outro, no Marquês de Pombal, sobre cuja utilização não me pronuncio, pois passo por lá mais raramente. Em ambos os casos, publicarei, com muito prazer, fotografias que comprovem que os equipamentos têm uma utilização diferente daquela que os cães costumam dar aos candeeiros.
NOTA-2: Perto dali, no edifício do Ministério de Vieira da Silva, continua 'de boa saúde' o monumento ao desperdício (e à propaganda tecnológica da treta) que dá pela alcunha de Infocid - ver [aqui]. Relembro que há um prémio de €50 (nunca reclamado, pelo que está em vias de subir para €100) para o primeiro leitor que encontrar um único - e em qualquer ponto do país - que funcione...

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10 Comments:

Blogger (c) P.A.S. Pedro Almeida Sande said...

FONTE BEM COLOCADA AFIRMA PEREMPTORIAMENTE QUE DAQUI A DOIS ANOS, MAIS COISA MENOS COISA, SERÁ ESSE ESPAÇO INAUGURADO POR CARRO ELÉCTRICO NORUEGUÊS, CONDUZIDO POR MANUEL PINHO E PENDURADO POR JOSÉ SÓCRATES!

2 de janeiro de 2009 às 13:35  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Para já, e até ver, o prémio será um lanche na Mexicana.
Se for caso disso, irá subindo de valor.

2 de janeiro de 2009 às 14:58  
Blogger Fábio said...

É tudo, basicamente, um problema de avaliação. A existência física destes equipamentos é bastante para justificar uma avaliação óptima dos seus promotores - sendo irrelevantes a operacionalidade e a sua utilização prática. No fundo é engraçadinho encomendar estes equipamentos. A EDP é um verdadeiro mistério. Num jornal lemos que compra empresas nos EUA ou que alcançou lucros sem par. No jornal seguinte lemos que o tarifário da electricidade é deficitário, com dívidas a aumentar ainda nos próximos anos, pairando sobre os ombros dos consumidores a necessidade de regularizar as tarifas electricas algures no futuro.

2 de janeiro de 2009 às 23:06  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

O requinte da proibição de paragem de carros também tem a sua piada.

Ou seja:
Só ali podem parar os carros que - até ver... - não existem. Os outros, (como o branco que se vê na foto)podem ser multados, bloqueados ou até rebocados...

É a sociedade do faz-de-conta, das aparências, do espectáculo - bem na linha da governação socrática.
Mas a malta parece que gosta...

3 de janeiro de 2009 às 09:44  
Blogger Jorge Oliveira said...

O tarifário da electricidade é deficitário, mas não tem repercussões na EDP, que regista a diferença como dívidas de clientes e titulariza-as indo buscar o valor à banca, com relativa facilidade, uma vez que se trata de uma dívida garantida pelo governo.

Vamos ver agora com a falta de liquidez da banca se a coisa continua tão fácil.

Para compor o ramalhete, os juros da banca vão outra vez para o bolo das tarifas e não carregam a EDP. É fácil e dá milhões.

Quem se lixa, como de costume, é o mexilhão, que paga tudo, em prestações mensais durante muitos anos. Até pode atingir os filhos do mexilhão, porque o período de pagamento começou por ser 10 anos, mas já passou para 15 anos, graças à reconhecida bondade de coração do governo socialista que não nos quer fazer doer muito.

É a vantagem de ter socialistas no governo. Somos lixados e roubados, na mesma ou talvez mais, mas os socialistas sabem usar analgésicos e anestesiantes.

3 de janeiro de 2009 às 10:45  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

No blogue «O Carmo e a Trindade» (dedicado a Lisboa e onde também afixei este post), um leitor fez um curioso comentário, que seguidamente transcrevo:

-
«Se calhar, so' assim na base do razoavel (e primeiro que tudo) e' preciso que existam carros eléctricos suficientes para que não seja necessário montar guarda ao dito posto.
Não estou a imaginar ninguém que o faça por mais que o prémio seja bom.
Aposto que se não existissem postos destes, andariam secalhar a promover concursos ah procura de um.
Até ja' estou a imaginar o titulo, "estará lisboa preparada para o carro eléctrico?"
Srs, concordo com a maioria dos posts, mas este e' caça as bruxas».

3 de janeiro de 2009 às 10:55  
Blogger Jorge Oliveira said...

Numa notícia do Público de hoje, pode ler-se que “A potência eólica instalada no final de Outubro de 2008 elevava-se a 2740 MW, distribuída por 166 parques, com um total de 1463 aerogeradores ao longo de todo o território continental.”

Excelente notícia. Para o défice tarifário, não para nós.

Se a utilização média de todos esses parques for a habitual, que é de 2300 horas por ano, a produção de energia será de 6,3 milhões de MWh/ano, que a rede é obrigada a comprar, rejeitando a aquisição de outras energias muito mais baratas.

Com efeito, a energia de origem eólica será vendida à rede por cerca de 100 Euros/MWh, um valor que é cerca do dobro daquele a que a rede compra a energia proveniente do conjunto das outras fontes primárias.

Logo, com uma diferença de 50 Euros/MWh, teremos aí, grosso modo, um défice de 315 milhões de Euros.

E ainda falta o défice resultante da energia, também subsididada, proveniente dos cogeradores.

E ainda os chamados custos com a convergência tarifária com os Açores e a Madeira. Para que pensam que serve a autonomia?

Isto sem falar nos restantes custos ditos de interesse económico geral. Vai tudo para a tarifa de electricidade. Com um bolso à disposição, é só aproveitar.

Tal como as Câmaras municipais que aproveitam factura da água para meter várias parcelas adicionais, ainda que não tenham nada ver com água, como os resíduos sólidos.

A conclusão a tirar é que em Portugal, todos os poderes instituídos, desde o central aos vários locais, gozam connosco.

3 de janeiro de 2009 às 11:42  
Blogger Karocha said...

Cá para mim não estão a analisar bem.
Como os carris, davam muitos acidentes, especialmente com motas (fala a experiência) os eléctricos vão passar a carregar nesses pontos e, Lisboa vai ficar mais bonita.
Claro que o problema vai ser os engarrafamentos que os amarelos vão causar.
Mas não se pode ter tudo, não é?

3 de janeiro de 2009 às 17:08  
Blogger j. manuel cordeiro said...

É o novo paradoxo. Dantes faziam-se obras mas os acabamentos nunca tinham lugar. Agora fazem-se os acabamentos sem haver a obra.

20 de julho de 2009 às 19:04  
Blogger j. manuel cordeiro said...

Já agora, sobre a forma de estoirar o nosso dinheiro,
não sei já terá visto os novos bancos que estão a ser colocados à beira do Tejo. Fiquei espantado porque basta abanar um desses bancos para se perceber que pouco tempo durarão, tal é a fragilidade que apresentam. Duas fotos que publiquei:

http://lh6.ggpht.com/_ajSffy5BsnY/Slp_Og89gYI/AAAAAAAAA7E/cCFrEBEF8tU/2009-07-07_101-0900.JPG

http://lh3.ggpht.com/_ajSffy5BsnY/Slp_OrM6rdI/AAAAAAAAA7M/m3VFV7GYZhY/2009-07-07_101-0903.JPG

(deste post: http://fliscorno.blogspot.com/2009/07/fotos-tejo.html )

20 de julho de 2009 às 19:16  

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