3.3.09

Não nos enxergamos

Por Manuel João Ramos

Paris: a vida em rosa

Lisboa: a vida em espinhos

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3 Comments:

Blogger CS said...

De facto. Supor uma europa homogénea, como faz a UEM é delirar. Os meus dois cêntimos de contributo:
http://ovalordasideias.blogspot.com/2009/03/os-erros-no-desenho-neoliberal-da-uem-e.html

3 de março de 2009 às 19:49  
Blogger Sepúlveda said...

Parece-me que não podemos comparar tão de perto a nossa realidade com a de diversas cidades onde a utilização de bicicletas é elevada.
Não me refiro a atropelos ao código, mas sim à suposta modernidade cívica do uso de bicicletas.
O caso de Lisboa, por exemplo, com o seu relevo acentuado, não dá condições práticas de utilização de bicicletas no quotidiano em muitas áreas da cidade. Sobretudo se considerarmos os diferentes grupos etários da população que se desloca diariamente. Não vejo a possibilidade de nos aproximarmos da circulação de bicicletas nos Países Baixos ou até Paris, nem que fôssemos os mais civilizados do mundo e com carros e combustíveis caros.
Pode-se apostar sim nos transportes públicos, mas sem esquecer o desejável incentivo e coexistência das biciletas no meio urbano. Mas estes, sem dúvida dignos de respeito e apoio, não vão passar de uma minoria.
Por outro lado, apesar de todas as vantagens dum sistema de transportes públicos sólido e eficiente é justo que se permita a liberdade de cada um de escolher o transporte individual sem ter que ser tão oprimido por isso que só lhe reste utilizar os transportes públicos. Talvez, para lançar esse sistema ideal e torná-lo o de eleição pela maioria, tenha que quase se vedar a utilização do transporte individual inicialmente.
Mas parece-me daquelas coisas que precisam de uma revolução que seja tão "agressiva" e global que ninguém a vai pôr em prática. Vamos, aos poucos, ineficientemente, mudando bocadinhos. Havemos de chegar a algumlado mas é capaz de vir a custar muito mais.

4 de março de 2009 às 17:19  
Blogger C. Alexandra said...

Sepúlveda,

Podemos e devemos comparar a realidade portuguesa com a de muitas cidades por essa europa fora.

Afinal, a esmagadora maioria dos portugueses quer melhor qualidade de vida e menos poluição. E não se pode deixar de fora os temas transportes e pessoas.

Quanto ao exemplo que dá, Lisboa, não sustenta a sua posição. Até porque, ao cotnrário do que afirmou, a maioria da área de Lisboa não tem relevo acentuado.

Há cerca de 18 km planos na frente ribeirinha de Lisboa e há o planalto central (grande área, quase plana)que ocupa mais de metade da área urbana da cidade.

Esta área ciclável de Lisboa está preparada para a circulação de bicicletas? Não! Há uma ciclovia no Campo Grande que leva do terminal a "lado nenhum" e que muitas vezes está ocupada com veículos ligeiros estacionados.

O mesmo em todas as outras grandes cidades do país.

Não vejo Portugal aproximar-se da circulação de bicicletas noutros países nos próximos tempos, não por falta de condições, mas por questões culturais. Uma espécie de culto do automóvel.

No entanto cada vez mais pessoas que, devido à poluição, às filas de trânsito, à saúde, estão dispostas a mudar e a incentivar outros a fazê-lo. Falta o que aconteceu em Paris, que as entidades públicas criem as condições para que as pessoas circulem com segurança, independentemente do meio ou modo de transporte.

9 de março de 2009 às 21:56  

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