A mascarada
Por Baptista Bastos
A FARSA DO PROVEDOR de Justiça, que decorre entre o espanto e a indiferença populares, diz-nos que os meios, finalmente, destroem os fins, e que os fins representam um longo desrespeito. Há nove meses que a historieta se prolonga, com declarações de todos os envolvidos. E tanto o PSD como o PS aumentam a perplexidade geral, numa obstinada teimosia de pequenas afirmações de poder, que apenas enxovalham os nomes indicados e nos põem à margem das consequências.
Antes de tudo, o nó do problema: poucas pessoas, no País, sabem para que serve o provedor de Justiça, quem ele é, que funções rigorosamente exerce, que leis defende, ou se almeja a nossa colectiva felicidade. Não é surpresa. O português comum ignora, quase totalmente, as instituições de que a República dispõe. E o mencionar de qualquer delas suscita-lhe a mais inquietante desconfiança, a começar pelo Parlamento. Todos sabemos disto e nada se faz para o inverter. Por outro lado, os chamados "partidos de poder" estão muito mais preocupados em dividir o bolo entre si do que inclinados no acto pedagógico. (...)
Texto integral [aqui]
NOTA (CMR): sobre este mesmo assunto: a não perder a crónica "Banquete", de João Paulo Guerra, que se pode ler [aqui].
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1 Comments:
Merecendo outra consideração,
e com o bolo por dividir,
débil é a comiseração
por uma democracia a eclodir.
O acessório e a futilidade
ao mexilhão querem inculcar,
tamanha é a imbecilidade
nesta democracia “a brincar”!
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