A culpa é sempre dos outros
Por António Barreto
O MAGISTRADO Lopes da Mota não deve sair do EUROJUST. Não deve suspender o seu cargo. Nem pedir a demissão. Nem ser demitido. Se a representação de um Estado deve traduzir a verdade, ele é o homem certo no lugar certo. Não se compreenderia, por exemplo, que o representante do Estado português, em qualquer organização internacional, não soubesse falar a língua materna. Nem que o delegado de Portugal à NATO fosse um pacifista militante e um notório objector de consciência. Lopes da Mota é discutido e comentado em todos os jornais. É acusado de ter sido autor ou instrumento de pressões pessoais e políticas exercidas sobre outros magistrados. Por causa dessa acusação e após averiguações, é alvo de um processo disciplinar mandado fazer pelo Procurador-geral da República. A maioria dos políticos e dos comentadores diz que se deve demitir e não reúne condições para exercer o cargo. O Primeiro-ministro, que o nomeou, diz que não tem nada a ver com o caso. Este currículo, limitado a uns factos recentes de conhecimento geral, faz dele o representante ideal num organismo europeu de coordenação entre os sistemas judiciários. Ele é o genuíno e fiel símbolo da justiça portuguesa. (...)
Texto integral [aqui]
Actualização (CMR - 24 Mai 09/18h35m): classificação: Dana_treller..3 pontos; Mg..2 pontos; Viriato..1 ponto.
Etiquetas: AMB
4 Comments:
A culpa morre solteira
na justiça nacional,
esta atitude fiteira
é profundamente irracional.
É muita fantochada
desta gente tão imaculada,
com a justiça murchada
a democracia fica debelada.
Vivendo fechada
em condomínios blindados,
esta justiça linchada
deixa os mexilhões malfadados!
Era eu uma miúda e passava, ao inicio da tarde, na SIC, um programa que (não sei porquê) eu tinha em muito boa conta: "Sim, Senhor Juiz!".
Nessa altura, eu achava que os adultos eram muito atados e que metade do mal do mundo se resolveria se as pessoas parassem para falar francamente até chegarem a um entendimento. E esse programa dava-me alguma razão.
Duas pessoas com um mesmo problema que as colocava em conflito. Expunham a situação a alguém (que dizia ser Juiz e percebia de leis) sujeitando-se à apresentação do caso claramente em praça pública.
Depois de um intervalo (logicamente, o necessário tempo de reflexão) e de algumas opiniões do público (porque o povo, ali, podia opinar), o dito Juiz dava a sua sentença, mas nunca sem a justificar com as devidas alíneas e artigos.
E assim, em pouco mais de uma hora se resolviam divergências tão diversas como disputas de heranças ou teimas várias entre vizinhos.
Era bonito de se ver. E útil, julgava eu...
Foi então que cresci. Percebi que os adultos não são atados: são desconfiados e traiçoeiros. Descobri que em tribunal as pessoas não falam: têm quem fale por elas, quem modele a situação de forma a atingir um fim e não necessariamente o que é justo. Aprendi que a resolução de conflitos, mesmo disputas simples entre vizinhos, não demora uma hora: demora meses... anos... E no meio disto tudo, nada é feito claramente e o povo raramente tem voz...
Cresci e desejo voltar a ser criança para tornar a ver tudo a preto e branco. Para não ter que lidar com a gama excessiva de cinzentos que nos apresentam todos os dias como realidade. Para poder ir brincar enquanto se gritam acusações entre aqueles que deviam falar francamente até chegarem a um entendimento.
Vamos voltar a ser crianças até resolvermos a trapalhada que os adultos fizeram do País... Bora?
PASSATEMPO
.
Em relação ao passatempo anunciado (que se propõe premiar o melhor comentário que tenha sido feito a este texto até às 20h de ontem), aguarda-se, a todo o momento, a opinião do júri.
A pessoa que habitualmente colabora com o 'Sorumbático' na atribuição de prémios em passatempos semelhantes deu a seguinte classificação:
Dana_treller..3 pontos
Mg..2 pontos
Viriato..1 ponto
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