O tigre e o urso
Por Joaquim Letria
APESAR DA CRISE GLOBAL, a China não abranda. Em todos os domínios se pode dizer que acelera o seu desenvolvimento. Das suas universidades saem centenas de milhares de cientistas e engenheiros e os melhores destes fazem cursos de pós- graduação nas escolas ocidentais onde se vão apropriando e desenvolvendo o conhecimento de ponta.
Há 20 anos, ao visitar Pequim e Xangai numa das 14 vezes que ali viajei, a palavra de ordem era os chineses de segunda ou terceira geração, formados na Europa e nos Estados Unidos, regressarem. Hoje, já fazem o que há de melhor e, quando não têm, vão buscar.
Com umas forças armadas modernizadas, a China não esqueceu as imposições a que teve de se submeter no passado, utilizando a diplomacia com a inteligência de quem sabe que a melhor batalha é aquela que se vence sem ter de combater. Muito atenta aos perigos da economia, constrói portos entre o Médio Oriente e as suas costas, espalha-se por toda a África, acede ao petróleo e aos minérios estratégicos, constrói oleodutos e gasodutos e dispõe uma frota mercante impressionante. O tigre olha o mundo. Só o urso parece estar acordado.
«24 Horas» de 14 de Maio de 2009
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