14.5.09

Embaraço

Por João Paulo Guerra
Mais uma originalidade do situacionismo português: Portugal está de momento a ser representado na Unidade Europeia de Cooperação Judiciária por um magistrado sob suspeita no seu país e que, por sinal, até preside a esse órgão da União Europeia.
POIS O PRESIDENTE do Eurojust, um português, está a ser alvo de um processo disciplinar em Portugal por suspeita de exercer pressões sobre outros magistrados para que arquivassem um processo. Como diria o falecido general Galvão de Melo, a respeito de outra instituição e em outro tempo, a justiça portuguesa deixou de ser uma vergonha nacional. Agora é uma vergonha internacional.
Claro que um cidadão sob suspeita é inocente até prova em contrário. Mas seria de bom tom e do mais elementar bom-senso que se evitasse que Portugal, por via do seu representante que preside ao Eurojust, fosse olhado de soslaio pelos parceiros europeus. É a representação externa do Estado que está em causa neste caso, mas isso parece não perturbar o ramerrame de interesses, conveniências, compadrios que vigora em Portugal. (...)
Texto integral [aqui]

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2 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Sugestão:

Dado que o assunto é o mesmo, sugere-se que eventuais comentários sejam também afixados na crónica de C.B.Esperança «Justiça e Dúvidas», hoje afixada, dado que permitem a habilitação ao prémio «Urdidura»

14 de maio de 2009 às 14:42  
Blogger Manuel Brás said...

I Parte

A deliquescência ética,
que atravessa a sociedade,
exerce uma força magnética,
que nos trucida até à saciedade.

A falta de sensatez
é por demais evidente,
neste caso de pálida tez
por uma atitude inconfidente.

Há quem fale em urdidura,
termo simpático para cabala,
deslavada ficará a armadura
ensanguentada com tanta bala.

O mexilhão embaraçado
por esta vergonha nacional,
não pode ficar amordaçado
no seu juízo racional!

II Parte

As inofensivas pressões
de um bom samaritano,
revelam as aberrações
do nobre espírito lusitano.

Há gente poderosa
a movimentar-se impunemente,
esta atitude indecorosa
é sinal de um regime demente!

A justiça pressionada
por gente tão distinta,
numa democracia estagnada
que faz correr muita tinta!

A linha do Equador
cada vez menos afastada,
deixa o mexilhão trabalhador
com a confiança arrebatada!

Epílogo

Laboriosamente tecida
pela aranha paciente,
a teia emudecida
aguarda pela mosca despiciente.

Mais um fio desatado
nesta novela rocambolesca,
o mexilhão assiste recostado
a esta peça burlesca.

14 de maio de 2009 às 18:17  

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