Activismo
Por João Paulo Guerra
Os socialistas andam irritados com Cavaco Silva e acusam já publicamente o Chefe do Estado de “activismo declaratório”.
O MÁXIMO EM QUE LHES POSSO VALER é aconselhá-los a ler mais frequente e atentamente a Coluna Vertebral no Diário Económico para não serem apanhados tão de surpresa. Se tivessem lido, por exemplo, a crónica de 23 de Junho do ano passado, estariam alertados para a eventualidade da carreira Belém - São Bento passar a fazer agulha, ou mesmo transbordo, por São Caetano à Lapa.
Mas o que tem que se lhe diga é a acusação de "activismo declaratório", que é uma fórmula um tanto ou quanto depreciativa que banaliza a chamada magistratura de influência. O Chefe de Estado faz declarações ao país, patenteia, testemunha, manifesta-se, sobre o negócio da PT com a TVI, o adiamento do TGV, a localização do aeroporto e outros assuntos de Estado. O termo activismo tem um sentido de militância, com mais acção que teoria, mais propaganda que doutrina. E o termo declaratório é absolutamente desdenhoso. Declarativo ainda teria alguma dignidade. Mas declaratório rima com falatório, parlatório e parlapatório, enfim é sinónimo de cavaqueira, murmuração, ruído, tagarelice.
Declaratório é um declarativo inconsequente, de quem fala por falar, e não se diz isso de um Chefe do Estado, a menos que se queira dizer.
Outra acusação que socialistas lançam nos jornais contra Cavaco Silva é que o Chefe do Estado andará tentado "pedalar a mesma bicicleta" que o PSD. Mais uma vez só posso aconselhar uma leitura mais assídua desta modesta coluna. Com efeito, em 24 de Abril passado, aqui se avisava que, sendo o ‘tandem', até então, o veículo da coabitação, imediatamente antes ou logo depois das eleições ele poderia dar lugar a um triciclo.
«DE» de 2 de Julho de 2009
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2 Comments:
Estava para abandonar definitivamente este blog, mas ainda bem que não o fiz.
Afinal nem todos são sobrinhos.
E eu que há já algum tempo não me divertia tanto.
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