Lágrimas de crocodilo
Por Joaquim Letria
O MARKETING FAZ FALTA aos políticos mas hoje já não tem a importância que chegou a ter e percebe-se bem porquê. É como os truques do ilusionista que o público vai descobrindo. Acabamos a preferir olhar para as pernas da “partenaire”, muito mais excitantes e bonitas de se ver, do que olhar o homenzinho a tirar o coelho da cartola.
A gente ainda quer ouvir o peditório para depois dizer que “tenham paciência”.Mas, mesmo assim, não dispensamos ouvir a lenga-lenga…
Entretanto, os mágicos do dia lá vão inventando truques e procurando vender números com que os seus artistas de hoje possam modernizar o repertório.
Tenho observado e acompanhado muitas campanhas, ao longo da minha vida. Ainda me recordo dum presidente dos Eua não poder chorar e ter visto numa esquina de Detroit, em 1972, McGovern chorar afectado por insultos dirigidos à sua mulher, o que lhe custou uma derrota humilhante face a Richard Nixon.
As coisas devem estar a mudar. Os políticos já choram. Pelo menos lágrimas de crocodilo. Portas e Sócrates disseram o que lhes mandaram: que choram no cinema, a verem certos filmes. Quais, não souberam explicar. Eu aposto que devem ser o “Mamma Mia!” e o “Música no Coração”. Não serão filmes sobre o desemprego e execuções fiscais em empresas falidas, que são feios, violentos e muito desagradáveis de ver.
O MARKETING FAZ FALTA aos políticos mas hoje já não tem a importância que chegou a ter e percebe-se bem porquê. É como os truques do ilusionista que o público vai descobrindo. Acabamos a preferir olhar para as pernas da “partenaire”, muito mais excitantes e bonitas de se ver, do que olhar o homenzinho a tirar o coelho da cartola.
A gente ainda quer ouvir o peditório para depois dizer que “tenham paciência”.Mas, mesmo assim, não dispensamos ouvir a lenga-lenga…
Entretanto, os mágicos do dia lá vão inventando truques e procurando vender números com que os seus artistas de hoje possam modernizar o repertório.
Tenho observado e acompanhado muitas campanhas, ao longo da minha vida. Ainda me recordo dum presidente dos Eua não poder chorar e ter visto numa esquina de Detroit, em 1972, McGovern chorar afectado por insultos dirigidos à sua mulher, o que lhe custou uma derrota humilhante face a Richard Nixon.
As coisas devem estar a mudar. Os políticos já choram. Pelo menos lágrimas de crocodilo. Portas e Sócrates disseram o que lhes mandaram: que choram no cinema, a verem certos filmes. Quais, não souberam explicar. Eu aposto que devem ser o “Mamma Mia!” e o “Música no Coração”. Não serão filmes sobre o desemprego e execuções fiscais em empresas falidas, que são feios, violentos e muito desagradáveis de ver.
«24 horas» de 17 de Setembro de 2009
Etiquetas: JL
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