«O que "axa" da taxa?» - Passatempo com prémio
INICIALMENTE, a ideia era apenas chamar a atenção para a gralha (entretanto corrigida - coisa rara!), mas "axo" que o assunto se presta a um passatempo que premeie o melhor comentário que venha a ser feito sobre o tema «os comerciantes passam a estar autorizados a taxar os pagamentos feitos com cartões»
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Assim, e até às 20h de 31 Out 09 (*), sábado, cada leitor poderá concorrer com quantos comentários quiser, sendo os prémios exemplares de Dinheiro Negro (de Ross MacDonald, ed. Visão) e O Caso do Cheque Fatídico (de E. Stanley Gardner, ed. Livros do Brasil).NOTA: afixaram-se, em comentário, algumas dicas relacionadas com o assunto. A ideia subjacente a elas é que estamos perante um retrocesso. Será? Quem não tenha conta G-Mail poderá enviar os seus comentários para sorumbatico@iol.pt até 30 minutos antes da hora-limite.
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Actualização (31 Out 09/21h41m) - A decisão do júri está afixada no comentário das 21h39m
16 Comments:
1ª "dica":
A evolução dos meios de troca (e pagamento) tem sido sempre no sentido da desmaterialização.
Inicialmente, os povos trocavam bens directamente entre si.
Depois, criaram moedas primitivas (búzios, mós, etc)
Depois, criaram moedas, cujo valor era igual ao valor do metal de que eram feitas (nomeadamente as de ouro e prata).
Mais tarde, essas moedas passaram a ter, apenas, o valor nominal, e apareceu o papel moeda, o cheque, etc.
Recentemente, a desmaterialização passou aos "bits": as transferências de dinheiro (em ATM ou por "cartão") fazem-se sem que o dinheiro-propriamente-dito esteja visível.
Pergunta-se, pois:
Esta taxa, que pretende (ou, pelo menos, permite) taxar as operações feitas com cartões não será um retrocesso?
2ª dica: a taxa é apenas uma sugestão vinda da 'Europa'.
Só a aplicará quem quiser.
3ª dica:
Ontem mesmo, ouvimos mais uma história de pessoas burladas.
À parte os pormenores (que variam de caso para caso), o que sobressai é a quantidade de dinheiro-vivo que certas pessoas têm em casa.
Porque não no banco?
Resposta possível:
Na aldeia dos meus sogros, quer os CTT quer o banco mais próximos (e ATM) estão a 6 km. Há uma camioneta da Câmara 1 vez por semana.
Naturalmente que, mesmo que seja pouco, as pessoas têm o dinheiro em casa.
4ª dica: muitas pessoas da geração dos meus pais, que tinham vivido as crises do início do séc. XX e as duas guerras, não confiavam nos bancos.
Diziam elas que, de um momento para o outro, podiam ficar sem o dinheiro.
Curiosamente, a seguir ao 11 de Março de 1975, houve um certo congelamento das contas bancárias (mesmo de particulares), não se podendo levantar mais do que alguns "contos" por dia.
5ª dica:
Em 1989 (há 20 anos, portanto), reparei que os táxis, na Alemanha, tinham um grande letreiro, nas portas, dizendo «Cards are welcome».
Para efeitos de trocos e de limitação de danos (em eventuais assaltos), não há dúvida que o pagamento "por cartão" é o ideal.
Por cá, apesar de quase toda a gente ter cartão MB, os taxistas passam a vida a discutir alarmes ligados à polícia, câmaras de vídeo e separadores.
6ª dica:
Os cartões PMB (porta-moedas-multibanco) foram um flop.
Curiosamente, inúmeras máquinas (nomeadamente de venda de selos e de bilhetes) continuam a 'dizer' que o aceitam!
Na realidade, não era prático, e mais do que uma vez tive de ajudar os empregados das lojas a usá-lo. Além disso, ao fim de algum tempo perdia a validade.
O Totta deixou de os fornecer, e outro banco pediu-me 750$00 por um!
7ª dica:
O cartão NetPost (que custava 1100$00) permitia comprar selos nos quiosques dos CTT e navegar na internet numas maquinetas que havia nas estações e que funcionaram durante pouco tempo.
Também foi um flop.
8ª dica:
Só conheço uma estação dos CTT onde se pode pagar com cartão MB: a dos Restauradores, em Lisboa.
Em todas as outras, e seja qual for o valor em causa, só "cash".
Como é sabido, os cartões poupam muito em recursos humanos e materiais aos bancos: não há cheques, que têm um tratamento pesado em emissão, depósito ou pagamento, arquivo, etc. No pagamento com cartão, os bancos ainda cobram aos comerciantes uma taxa por cada pagamento efectuado (maior, se for com cartão de crédito). A directiva da UE pretende que a comissão seja paga pelo cliente, e se tal directiva for seguida por cada um dos países, parecendo que tal fica ao critério de cada estabelecimento, o que iria originar uma confusão total no consumidor.
Somos incentivados a usar o dinheiro de plástico (e ainda bem), que pagamos na emissão do cartão e nas anuidades, e depois pretendem que paguemos as poupanças que obtiveram no uso de tal meio de pagamento. Os próprios bancos centrais poupam muito dinheiro, já que o desgaste das notas é muito menor, dada a sua reduzida circulação. Por outro lado, a efectivar-se tal taxa, as pessoas serão levadas a levantar o dinheiro todo de uma vez, com os riscos inerentes a perdas e furtos, e os próprios bancos vão ter mais dificuldades em gerir as suas tesourarias.
Não creio que a medida venha a ser adoptada mas, se o for, vou correr o risco de andar com a carteira recheada (tanto quanto me for possível, bem entendido). Se já há muita gente que levanta o parco ordenedo quando o recebe, a ser implantada a medida, o número será exponencial e não sei quem vai ganhar. Não creio que os bancos estejam interessados (se bem que eles descobrem sempre maneira de ganhar o seu); por seu turno, os comerciantes iriam ver-se confrontados com uma concorrência enorme entre eles, nomeadamente pressionados pelos grandes 'players'. Por mim, diria: paz à sua (directiva) alma.
E o problema das trocos?
Embora isso se passe, especialmente no pagamento de pequenas quantias (para as quais deixou de haver cartão - o PMB), há loja e cafés onde eu só vou quando tenho o diheiro certinho.
NUNCA têm troco!
isto parece facil, mas +e complicado! Não será justo para o comerciante pagar uma taxa pelo uso de um cartão de credito de um cliente no seu estabelecimento, mas por outro lado tambem não é justo ser o cliente a faze-lo. Neste caso, e se vier a ser aplicada esta lei, cada um vai poder escolher se cobra a taxa ou não o que vai provocar uma concorrencia. Com a crise que esta penso que ninguem se vai dar ao luxo de perder um cliente para outra loja só porque cobra taxa e o comerciante da outra loja não. conclusão, mesmo que seja implantada esta "lei" penso que ficará tudo na mesma e é por isso que tanto comerciantes como consumidores estão contra. No fim disto tudo, de uma maneira ou de outra, as entidades bancarias ganham sempre, seja com estas taxas, seja com as anuidades do cartão...enfim...
Já não bastam as comissões de manutenção de conta, as anuidades do cartão, o imposto de selo, as comissões sobre transferências inter-bancárias e agora ainda querem passar para o lado do consumidor uma taxa pela utilização dos cartões? Nunca percebi muito bem a existência de comissão de manutenção de conta.... Será que limpam o pó às minhas notas todas as semanas? Será que puxam o lustro às minhas moedas? Neste último caso ainda os despeço por fazerem mal o trabalho, pois há moedas que não vêem polimento há muito tempo....
Voltando à questão que aqui me traz. Os bancos só têm vantagens em que os seus clientes utilizem os cartões: menos desgaste nas notas e moedas, menos pessoal nos balcões pois as operações bancárias fazem-se por multibaco (ou home banking) e ainda podem cobrar mais uma taxa por disponibilizarem os cartões aos seus clientes e uma comissão aos comerciantes por os aceitarem. Talvez há um ano atrás houve uma polémica por os bancos quererem taxar as transacções feitas por multibanco. Agora esta proposta para os comerciantes taxarem os pagamentos feitos com cartão. Afinal os nossos banqueiros querem o quê? Se tenho de ter cada vez mais despesas para guardarem o meu dinheiro, então vou passar a fazer como a minha mãe fazia: levanto ao balcão (que é para não cobrarem qualquer taxa ou comissão ou outra coisa qualquer que justifique irem-me ao bolso), trago-o para casa, limpo-lhe eu o pó (sempre poupo a comissão de manutenção) e vou gerindo-o ao longo do mês, evitando assim pagar mais comissões por transferências e utilização do cartão! Ah... Já me esquecia.... Como trago o dinheiro para casa posso dar baixa do cartão e ainda poupar o dinheiro da sua anuidade! E ainda prevejo mais uma vantagem: como passará a haver mais dinheiro a circular o problema da falta de trocos tenderá a diminuir substancialmente.
Numa altura em que somos incentivados a poupar, esta ideia de sermos nós a fazermos a gestão em casa do nosso dinheiro é uma óptima forma de começarmos a poupar, até porque como é dito pelos mais velhos se pagarmos as compras com dinheiro na mão “dói” mais ver as notas irem embora e as pessoas pensam duas vezes antes de comprar! É só poupar! Mas é triste retrocedermos no tempo....
Há 3 prémios disponíveis, que serão assim atribuídos:
Joana Luz (1.º prémio) poderá escolher entre «Dinheiro Negro» e «O Caso do Cheque Fatídico», sendo o outro atribuído a R. da Cunha (2.º prémio).
No entanto, haverá uma surpresa:
Calmeida poderá receber um exemplar de «Maigret e a Velha Senhora» se fizer o seguinte:
1 - Aceder [aqui]
2 - Abrir o e-book intitulado «Jeremias dá uma mãozinha»
3 - Procurar a história do casal que não queria usar cartões
4 - Indicar o respectivo título
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Joana Luz e Calmeida deverão fazer o que se lhes pede nas próximas 24horas
Faltou dizer que a resposta que se pede a Calmeida deverá ser dada aqui, em comentário.
Boa noite! :D
O titulo da história do casal que não queria usar cartões é "Nem passam cartão!"
OK, o prémio segue amanhã!
(A história do casal é verídica...)
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