6.11.09

A Tirania Infantil

Por Maria Filomena Mónica

ESTE VERÃO FUI AO NORTE onde convivi com algumas jovens mães. Reparei que não só observavam os movimentos dos filhos com um zelo patológico, como, ao fim do dia, pareciam besouros cansados. Pelos vistos, as férias grandes transformaram-se numa sucessão de actividades: ele são campos de férias, ele são aulas de pintura, ele são lições de equitação. No mundo moderno, as crianças são alvo de uma atenção que só lhes pode trazer prejuízos.

É natural que os pais desejem oferecer-lhes o melhor, mas há limites ao que podem fazer: uma educação primorosa pode dar lugar a um delinquente e uma infância descurada a um génio. É útil recordar que, em séculos pretéritos, os pais não se preocupavam com tal matéria. Aliás, ao longo da História, ninguém prestava atenção - excepto no caso dos príncipes – à educação. Na ficção oitocentista, há de tudo, desde relatos de bom comportamento, como as meninas da condessa de Ségur, a casos de rebeldes incorrigíveis, como Tom Sawyer. (...)

Texto integral [aqui]

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3 Comments:

Blogger Rantanplan said...

Ficou-me sobretudo a frase "Este Verão fui ao norte". Ou "Norte", assim com letra grande? Gosto. No próximo Verão vou ver se me lembro de ir ao sul. Até porque tem mais campos de golfe, como na Penha Longa.

6 de novembro de 2009 às 13:20  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Str,

Não sei já se, no texto original que a autora me enviou para afixar, estava "norte" ou "Norte".

O que sucede é que, neste blogue, é habitual colocar em negrito e maiúsculas as primeiras palavras dos textos.

6 de novembro de 2009 às 17:18  
Blogger AQUARIUS said...

Sempre me intrigou o que leva certos notáveis a exporem-se em público - vaidade, dificuldades económicas, superação de traumas existenciais? No caso de MFM, pessoa inteligente e culta, esta obcessão com as crianças enquanto seres inconvenientes, verdadeiros fardos, entes demoníacos e quase repulsivos, é um lugar comum a que regressa frequentemente. A exposição pública dos traumas pode funcionar como um exorcismo regenerador, que espero possa ser o caso. Talvez um dia sinta as crianças como a melhor companhia que alguém pode ter e nesse momento vai ver que uma luz iluminará a sua vida e vai finalmente sentir-se bem consigo própria (claro, a criança que há em si e nunca foi autorizada a aparecer). Aí vai desejar ensinar golfe ( se fosse o caso de saber ) ou qualquer outra coisa que lhe dê prazer em vez de viver ensimesmada com o seu passado. Um resto de vida feliz!

7 de novembro de 2009 às 18:12  

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