O futuro de Obama
Por Joaquim Letria
OBAMA JOGA O SEU FUTURO no plano de saúde e no Afeganistão. Num caso e noutro não está a ganhar. Para alargar a asneira, começou já por garantir ao Paquistão um aumento de 5 mil milhões de dólares na ajuda financeira.
O Afeganistão não se entende a ler manuais duma realidade da dimensão da França, atravessada por seis cordilheiras, desde o Hindu Kush, junto à China, até à fronteira do Irão.
Há mais de 20 séculos que o Afeganistão é um território de passagem, enlace da Rota da Seda, entre a China e o Bósforo e, ao mesmo tempo, corredor do Índico, por onde escorrem ópio, especiarias e pólvora, cruzando Bombaim e Viena, com a Pérsia a abrir e a fechar a passagem, daí o medo do poderio que pode substituir as suas fortificações, entre o Mar Cáspio e o golfo Pérsico.
Podem olhar para o mapa e verem tudo isto. Mas entenderão a mescla de raças, a ausência de Estado, a força dos clãs, a importância dos senhores da Guerra, a vitalidade da papoila, o valor da heroína, a instabilidade permanente das alianças, as inimizades das diferentes tribos? Querem cidades afegãs para servirem de exemplo. Mas conquistar afegãos e paquistaneses não é fácil. E vencê-los militarmente ainda é mais difícil. Perguntem aos russos…
OBAMA JOGA O SEU FUTURO no plano de saúde e no Afeganistão. Num caso e noutro não está a ganhar. Para alargar a asneira, começou já por garantir ao Paquistão um aumento de 5 mil milhões de dólares na ajuda financeira.
O Afeganistão não se entende a ler manuais duma realidade da dimensão da França, atravessada por seis cordilheiras, desde o Hindu Kush, junto à China, até à fronteira do Irão.
Há mais de 20 séculos que o Afeganistão é um território de passagem, enlace da Rota da Seda, entre a China e o Bósforo e, ao mesmo tempo, corredor do Índico, por onde escorrem ópio, especiarias e pólvora, cruzando Bombaim e Viena, com a Pérsia a abrir e a fechar a passagem, daí o medo do poderio que pode substituir as suas fortificações, entre o Mar Cáspio e o golfo Pérsico.
Podem olhar para o mapa e verem tudo isto. Mas entenderão a mescla de raças, a ausência de Estado, a força dos clãs, a importância dos senhores da Guerra, a vitalidade da papoila, o valor da heroína, a instabilidade permanente das alianças, as inimizades das diferentes tribos? Querem cidades afegãs para servirem de exemplo. Mas conquistar afegãos e paquistaneses não é fácil. E vencê-los militarmente ainda é mais difícil. Perguntem aos russos…
«24 horas» de 22 de Dezembro de 2009
Etiquetas: JL
2 Comments:
Há mais de 2300 anos, Alexandre-o-Grande, depois de ter entrado pelo Afeganistão adentro, sentenciou:
«Esta terra pode conquistar-se, mas não se consegue controlar».
Em 1880, Eça, em «Cartas de Inglaterra», comentando os problemas que os ingleses estavam a ter por aqueles lados, lembrava que o país era do tamanho da França, e que os sarilhos em que os súbditos de Sua Majestade estavam metidos eram idênticos aos que já tinham enfrentado, mal e porcamente, em 1848...
Qual futuro qual carapuça. O seu futuro será determinado pelas agências de comunicação que o promovem. O fofinho presidente Báráque é apenas marketing político, do melhor que se fez até hoje. Claro que se ele engravidasse a Michela ajudava um pouco.
Enviar um comentário
<< Home