Claques
Por João Paulo Guerra
A imposição da disciplina de voto pelo PS é tão ilegítima como a concessão da liberdade de voto pelo PSD. Os deputados, embora eleitos à lista, não são propriamente corpos amorfos e acéfalos que fazem o que lhes mandam os cérebros dos partidos em nome da conveniência, da táctica ou sequer da fidelidade partidária. A fidelidade é um sentimento horrível que será próprio dos animais. O que é próprio dos homens é a lealdade. (...)
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O PS decidiu introduzir na agenda política uma questão fracturante para fracturar a “coligação negativa” da direita e da esquerda contra o Governo, da mesma forma que a esquerda à esquerda do PS lança questões fracturantes para quebrar o bloco central.
MAS AGORA É O PRÓPRIO PS que está fracturado na matéria agendada sobre legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. E que solução é que o PS usa para tentar remendar a fractura? A solução é de gesso e consiste na imposição da disciplina de voto.A imposição da disciplina de voto pelo PS é tão ilegítima como a concessão da liberdade de voto pelo PSD. Os deputados, embora eleitos à lista, não são propriamente corpos amorfos e acéfalos que fazem o que lhes mandam os cérebros dos partidos em nome da conveniência, da táctica ou sequer da fidelidade partidária. A fidelidade é um sentimento horrível que será próprio dos animais. O que é próprio dos homens é a lealdade. (...)
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2 Comments:
O voto obrigatório
em defesa da carneirada
não é nada abonatório
nesta nação empoeirada.
Os tempos mal enterrados
dos senhores de jaquetão
são deveras desterrados
por tão abjecta combustão.
O racionalismo calculista
dominante na sociedade
espelha a faceta simplista
delirante de alarvidade.
É medonha a espiral
dessas forças sedutoras
baseadas numa moral
de tenazes delatoras.
A mudança oratória
deixando o ilusionismo
é vital e probatória
para abolir o cinismo.
É revoltante que o voto seja obrigatório num certo sentido, especialmente quando os eleitores de um partido abrangente como o PS não pensarão todos da mesma forma.
É mesmo contra aquilo que se quer que sinta e pense o cidadão de um país livre e (afinal uma bocadinho menos) democrático.
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