15.1.10

Passatempo com Prémio 15 - 18 Jan 2010

OS LEITORES são desafiados a dar a sua opinião sobre este assunto, havendo prémios para os melhores comentários feitos até às 20h do dia 18 p. f. Quem não tiver conta G-Mail poderá enviar a sua participação para sorumbatico@iol.pt até 1 hora antes de terminar o prazo.

UMA
COINCIDÊNCIA curiosa: quem tem acompanhado este blogue sabe que as crónicas de Maria Filomena Mónica aqui publicadas foram escritas há mais de um ano, o que faz com que algumas já estejam desactualizadas. Foi o que sucedeu com [esta], de Setembro de 2008, que, por isso, nunca aqui se afixou.
Mas, afinal... quem diria?! Felizmente, ainda foi possível repescá-la, pelo que pode ser lida (e, eventualmente, comentada) [aqui].

Actualização (20h31m): o júri decidiu atribuir a seguinte classificação:
1.ºs: Al e Mg (ex-aequo), com 3 pontos cada; 2.º: Ribas, com 2 pontos; 3.º: Bruno Costa, com 1 ponto. Os 4 têm agora 24h para escreverem para premiosdepassatempos@iol.pt, indicando morada para envio dos livros.

10 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Um bom ponto de partida para debater o assunto talvez seja esta crónica de João Miguel Tavares, publicada no Correio da Manhã:

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AS AUDIÊNCIAS

As audiências televisivas mandam em tudo: nas maratonas de telenovelas em horário nobre, no final apressado de programas caríssimos por falta de resultados, nos preços astronómicos dos jogos de futebol, até no desterro de ex-grandes estrelas (tipo Herman José) porque o grande público se fartou delas. As audiências televisivas mandam em tudo. Em tudo, menos nos programas que tocam nesse material cada vez mais radioactivo chamado "política".

Quando se mexe na política, sobretudo se for através de comentários desagradáveis ou notícias corrosivas, há valores mais altos que subitamente se levantam. Audiências? Que se lixem. As audiências deixam de ser tudo nesta vida. As audiências passam a ser coisa de telenovelas e reality shows. E por isso o jornal da TVI com maior audiência desaparece do ar, levando consigo a pivô mais popular da estação. E por isso o comentador mais influente desta terra, com shares interessantíssimos para a RTP, vai sair do canal do Estado. Porque recebeu um convite da concorrência? Nada disso. Porque António Vitorino se fez à estrada e, segundo a RTP, há uma corrente invisível que une o seu pezinho ao de Marcelo. Se um vai o outro não pode ficar.

Claro que a RTP tem uma desculpa criativa para dizer adeus a Marcelo: a culpa da vassourada é da ERC, que impôs regras em matéria de pluralismo na televisão. Só que até a própria ERC já veio publicamente lavar as mãos do assunto, dizendo que não se mete nas decisões editoriais da RTP. Depois de andar a ser chutado para os mais estapafúrdios horários e a ver as suas intervenções reduzidas ao mínimo, Marcelo é agora dispensado com desculpas manhosas. Podiam ter-lhe dito a verdade:

"Professor, o senhor vai-se embora por causa das suas audiências. Infelizmente, elas são demasiado altas."

15 de janeiro de 2010 às 17:07  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Outra achega para a discussão - esta, da autoria e José António Lima (autor-convidado do 'Sorumbático') no semanário «Sol», de hoje:

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J. Alberto Carvalho

Um director de Informação da RTP que aponta a porta de saída a um comunicador com um talento raro para cativar audiências, ao mais conceituado trunfo na análise política televisiva, como é o caso de Marcelo Rebelo de Sousa, é um director que decide com base em critérios inextrincáveis. Um director de Informação que abdica das suas competências em nome de conceitos abstrusos de pluralismo parlamentarista enxertados para o espaço televisivo por uma anacrónica ERC é um director que perdeu a sua autonomia e autoridade. Depois dos afastamentos de Moniz e Manuela Moura Guedes da TVI, aí está o saneamento de Marcelo da RTP. Se não é obra, mais uma, da intolerância de Sócrates, imita muito bem...

15 de janeiro de 2010 às 17:30  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Dado que o assunto é o mesmo, os comentários que eventualmente sejam feitos à crónica de MFM também contarão para este passatempo.

15 de janeiro de 2010 às 19:05  
Blogger R. da Cunha said...

Vitorino foi o "cabresto" que tirou o touro da arena, e sem sangue, diz Filipe Luís, na Visão. Bem visto!

15 de janeiro de 2010 às 19:25  
Blogger Ribas said...

Lembro-me de num “As escolhas do Marcelo” quando lhe perguntaram se estava disposto a assumir o poder no PSD, o professor Marcelo respondeu: - A noção do poder é discutível! – O poder é isto! Referindo-se à sua posição no programa e à visibilidade que granjeara, à custa da análise e da crítica, sem nenhuma responsabilidade políticas, porque essa, quando a teve, não lhe rendeu grande popularidade.
O professor faz-me lembrar aqueles analistas dos programas futebolísticos, que criticam o erro do árbitro depois de ver e rever as imagens em câmara lenta ou criticam as opções do treinador quando perde.
Agora que perdeu o seu “poder” na televisão, será que o professor vai dar o dito pelo não dito e se vai candidatar ao poder no PSD?
Pode ser que seja salvo por outro canal de televisão e recupere entretanto o se “poleiro”.

16 de janeiro de 2010 às 00:42  
Blogger Al said...

Na verdade, o caso está todo mal contado. Eis a verdadeira história:

António Vitorino (AV) pediu que lhe ligassem para a Judite, mas a secretária percebeu mal e pô-lo em linha com uma agente da Polícia Judiciária (PJ).

AV - Estou?
PJ - Sim? Quem fala?
AV - Vitorino!
PJ - Vitorino?! Menina estás à janela?
AV - Isso é a senha?
PJ - Mas qual senha?
AV - Sei lá! De que menina é que está a Judite a falar?
PJ - Mau... respeitinho! "Judite" não.
AV - OK, pronto, Dr.ª Judite.
PJ - Mas ouça lá: você é parvo ou faz-se? Afinal quem fala?
AV - Outra vez?! Daqui é o Vitorino! VI-TO-RI-NO!
PJ - Menina estás à janela?
AV - Ó Dr.ª Judite, eu gosto muito de si, mas há dias em que não a entendo. Mas qual menina?!
PJ - Afinal o que é que o senhor quer?
AV - Eu queria avisar que vou acabar o programa por motivos pessoais.
PJ - Programa de...?
AV - O MEU programa!
PJ - E nós com isso?
AV - Eu sei lá! Eu só achei boa ideia avisar, não vá a ERC processar-vos.
PJ - A ERC? Mas porquê?
AV - Mas você hoje, além de pevidosa, está burrinha?
PJ - Mais respeitinho, senhor Vitorino.
AV - Dr.ª Judite, eu vou terminar o meu programa semanal. Vejam lá se querem acabar também com o do outro.
PJ - Quem?!
AV - O afilhado do Caetano!
PJ - O Marcelo?
AV - Isso.
PJ - Que fez ele?
AV - Nada. Mas quer ficar sozinho na RTP.
PJ - Barricou-se nos estúdios?
AV - Se quiser pôr as coisas nesses termos... Ele e aquela flor.
PJ - Ah tem reféns?
AV - Um partido inteiro. Mas não sei detalhes.
PJ - Não se preocupe, vamos já tratar disso: a gente chama o GOE e está feito.
AV - O GOE?! Não queria dizer ERC?
PJ - Não, não. É mesmo o GOE.
AV - O GOE? O pessoal que esteve no BES?
PJ - Isso!
AV - Está bem visto. GOE, RTP, BES, BPN, BPP, isto anda tudo ligado...
PJ - Como é que o senhor se chama, mesmo?
AV - Ahahahah! A Dr.ª Judite é uma brincalhona. Pronto, sou o Vitorino.
PJ - Menina estás à janela?

E foi assim que o GOE, e não a ERC, retirou Marcelo Rebelo de Sousa da RTP. Maria Flor Pedroso encontra-se bem e já está a ter acompanhamento psicológico. "Finalmente", desabafou mais tarde a jornalista, "poderei fazer perguntas sem olhar para o teleponto!".

16 de janeiro de 2010 às 17:16  
Blogger Mg said...

Ponto Um - Ninguém, muito menos a estação de televisão pública, despede alguém por SMS.

Ponto Dois - Estes espaços privilegiados de tempo de antena em horário nobre (provavelmente pagos a peso de ouro), servem apenas para duas coisas: promoção dos comentadores e beneficio dos partidos com os quais estes estão conotados.

(Ressalve-se aqui que o "beneficio dos partidos com os quais estes estão conotados" não implica apenas a apologia do PS ou do PSD. Tem, não raras vezes, e com especial predominância para Marcelo, a ver com aquilo que os próprios julgam ser melhor para o Partido e para eles mesmos).

Ponto Três - há vida para além do PS e do PSD.

Ponto Quatro - Independentemente das criticas que se possam fazer à ERC, é obrigação desta, promover a igualdade de circunstâncias e de oportunidade entre todos os partidos com (no caso em apreço, por exemplo) assento na Bancada Parlamentar.

Ponto Cinco - Nesta lógica, os dias da semana seriam mais do que suficientes para promover o mesmo tipo de programa com intervenientes (de forma isolada) dos diversos partidos, ou, à semelhança do que acontece noutros canais, com espaços de debate abertos à participação de todos, em simultâneo.

Assim (e Ponto Seis), e apesar do mediatismo quer de Marcelo quer de Vitorino, e porque um serviço publico não se pode dar ao luxo de promover vontades e opiniões de figuras publicas com ambições próprias e legitimas, e, também, porque à mulher de César não basta parecer séria, acho muito bem que, enquanto não sejam dadas oportunidades a todos, aqueles formatos sejam dados como terminados.

Não se trata de censura mas, apenas e só, da promoção de igualdade de oportunidades para que todos possam opinar acerca do que está bem ou mal neste país à beira-mar plantado.

Enquanto tal não acontecer, que cada partido coloque os seus comentadores de serviço (mesmo que, por vezes, as suas opiniões não agradem às cúpulas) nos Tempos de Antena, local onde poderão continuar a aparecer e a dar um ar da sua graça.

17 de janeiro de 2010 às 15:31  
Blogger Bruno Costa said...

Sr. Marcelo é um comunicador nato. É um facto.
O seu discurso é cativador.
É um facto.
Parece saber do que fala.
É um facto.
Tinha poder (sim, comunicar para massas é poder)
É um facto.
Mel Gibson foi protagonista no filme «A conspiração»
É um facto.
O final revelou ser mesmo uma conspiração.
Em parte.
O que se passou com Sr. Marcelo é uma conspiração.
Sim.
Mas de quem?
Nossa, ou deles?
Porquê perder tempo com jogos de Cluedo dos quais nunca saberemos o final...
Que tal um filme David Lynch o «Mulholland Dr.» ou o «Lost Highway».

Tudo o que se possa dizer é pouco, pois a imaginação é infinita. As associações podem ser também elas infinitas... ;)

17 de janeiro de 2010 às 23:02  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Uma boa análise do problema está feita (e bem feita) na última «Quadratura do Círculo», logo no início.

A ver [aqui].

18 de janeiro de 2010 às 13:24  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

... curiosamente, e no essencial, os 3 comentadores da «Quadratura do Círculo» estão de acordo.

18 de janeiro de 2010 às 13:29  

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