Mas as crianças, Senhor?
Por João Duque
PODERIA TER SIDO o estado do tempo o motivador desta crónica que recordo da minha instrução primária quando preparava a minha récita de Natal. Mas não. Na realidade sempre me ocorre este poema quando passo perto de um hipermercado ou gigantesco centro comercial e me lembro dos pequenos retalhistas que ainda tentam (alguns) sobreviver a Golias.
Não é que os novos centros comerciais não estejam hoje povoados por pequenos retalhistas alinhados e alojados sob o chapéu do grande empreendimento. (...)
Texto integral [aqui]
Batem leve, levemente, / como quem chama por mim... / Será chuva? Será gente? / Gente não é, certamente / e a chuva não bate assim...
PODERIA TER SIDO o estado do tempo o motivador desta crónica que recordo da minha instrução primária quando preparava a minha récita de Natal. Mas não. Na realidade sempre me ocorre este poema quando passo perto de um hipermercado ou gigantesco centro comercial e me lembro dos pequenos retalhistas que ainda tentam (alguns) sobreviver a Golias.
Não é que os novos centros comerciais não estejam hoje povoados por pequenos retalhistas alinhados e alojados sob o chapéu do grande empreendimento. (...)
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5 Comments:
Aqui deixo o testemunho de uma excepção:
Todo o lado nascente da Av. da Igreja, em Lisboa (e respectivas transversais do lado Norte), tem imenso comércio tradicional, variado e que não parece em crise.
E, no entanto, tem ali ao lado um grande mercado (com 2 entradas) e um LIDL (também com 2 entradas e até aberto durante o fim-de-semana).
É verdade, nessa zona da Av. Da Igreja e transversais o pequeno comércio é porta sim, porta sim.
Também na Av. de Roma, na Óscar Monteiro, na Sacadura e transversais. Temos ainda a Guerra Junqueiro, Almirante de Reis e Rua da Palma, a Ferreira Borges (Campo de Ourique), a Estrada de Benfica, os bairros da Mouraria e Alfama, embora só nestes últimos se mantenha o tal espírito de olhar pelos miúdos e ficar com o correio intacto.
Sim, mas só referi a Av. da Igreja porque tem ali mesmo aqueles 2 grande 'estabelecimentos', que costumam ser apontados como razão para o declínio do pequeno comércio.
Na realidade, nenhuma dessas 2 "grandes superfícies" tem estações dos CTT, nem restaurantes, nem esplanadas, nem farmácias...
Ou seja: parece ser possível sobreviverem todos, desde que não se deixem adormecer.
Sim, essa zona tem muita vitalidade.
Se virmos bem as coisas, o mercado de Alvalade é como o Sr. João Duque diz - Pequenos comerciantes, com pequenas bancas, debaixo do mesmo chapéu.
Para além do Lidl, há ainda o Pingo Doce, mas as pessoas dali estão muito habituadas ao comércio de rua, que dá uma dinâmica muito bonita às ruas.
Campo de Ourique até aparece nos roteiros turísticos como sendo um autêntico centro comercial a céu aberto, muito embora, tenha mesmo ali ao lado o C.C. Amoreiras, considerado o 1.º grande Centro Comercial de Lisboa e o mercado de Campo de Ourique e resistiu-lhes estoicamente.
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