18.2.10

Os nossos bosques aprisionados

Por Joaquim Letria

A MORTE do ser humano não tem futuro. Refiro-me à única vida que conhecemos. Livres são os voos das crenças e das esperanças. Os cemitérios são bosques aprisionados. Prendem árvores silenciosas para sempre. Os bosques dormem, os homens morrem.

Na raiz da terra, a árvore é a vitória, a recuperação do movimento, o renascer da luz, o regresso da cor, a certeza dos sentidos. O homem é o silêncio que não desperta, os pulsos algemados para todo o sempre, confianças e convicções à parte.

O ser humano impõe as recordações à sua medida. Choramos os defuntos, e oramos a Todos os Santos. Só na segunda interpretação nasce a esperança, baseada na fé nas figuras, no desejo e no sonho. (...)
Texto integral [aqui]

Etiquetas:

1 Comments:

Blogger GMaciel said...

Tanta poesia... contudo, tanta amargura. Ou sou eu que assim leio e a amargura está em mim, não na escrita?

Belíssimo texto, daqueles que me fazem dizer: como gostaria de o ter escrito.

18 de fevereiro de 2010 às 21:14  

Enviar um comentário

<< Home