Os nossos bosques aprisionados
Por Joaquim Letria
A MORTE do ser humano não tem futuro. Refiro-me à única vida que conhecemos. Livres são os voos das crenças e das esperanças. Os cemitérios são bosques aprisionados. Prendem árvores silenciosas para sempre. Os bosques dormem, os homens morrem.
Na raiz da terra, a árvore é a vitória, a recuperação do movimento, o renascer da luz, o regresso da cor, a certeza dos sentidos. O homem é o silêncio que não desperta, os pulsos algemados para todo o sempre, confianças e convicções à parte.
O ser humano impõe as recordações à sua medida. Choramos os defuntos, e oramos a Todos os Santos. Só na segunda interpretação nasce a esperança, baseada na fé nas figuras, no desejo e no sonho. (...)
Texto integral [aqui]A MORTE do ser humano não tem futuro. Refiro-me à única vida que conhecemos. Livres são os voos das crenças e das esperanças. Os cemitérios são bosques aprisionados. Prendem árvores silenciosas para sempre. Os bosques dormem, os homens morrem.
Na raiz da terra, a árvore é a vitória, a recuperação do movimento, o renascer da luz, o regresso da cor, a certeza dos sentidos. O homem é o silêncio que não desperta, os pulsos algemados para todo o sempre, confianças e convicções à parte.
O ser humano impõe as recordações à sua medida. Choramos os defuntos, e oramos a Todos os Santos. Só na segunda interpretação nasce a esperança, baseada na fé nas figuras, no desejo e no sonho. (...)
Etiquetas: JL
1 Comments:
Tanta poesia... contudo, tanta amargura. Ou sou eu que assim leio e a amargura está em mim, não na escrita?
Belíssimo texto, daqueles que me fazem dizer: como gostaria de o ter escrito.
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