17.3.10

As baldas dos nossos turistas

Por Joaquim Letria

UM QUARTO DAS RECEITAS portuguesas vinha das receitas do Turismo. No ano passado, os preços dos hotéis em 11 cidades portuguesas caíram mais de 15 por cento, tornando Portugal no quinto destino mais barato da Europa.
No Algarve, há cidades como Portimão que foram mesmo muito mais longe. Os preços dos seus hotéis caíram cerca de 49 por cento, ou seja, hoje custam quase metade. Lagos, Albufeira, Quarteira e Tavira também vieram por aí abaixo, e reduziram os seus preços na ordem dos 20 por cento.
A descida tem sido tão significativa e o retorno tem-se mostrado tão perigosamente insignificante que o presidente da associação de turismo do Algarve (ATA) chegou ao ponto de pedir mesmo aos hoteleiros do Algarve que “mantivessem os preços na posição correcta”.
A estranheza deste apelo foi ter sido lançado na Bolsa de Turismo de Berlim, perante o recuo de cerca de 10 por cento de turistas alemães que em 2009 deixaram de vir a Portugal, o qual, em média, era visitado por 500 mil alemães.
Alemães, nórdicos, ingleses e holandeses, se continuam a não virem cá e nós não inventamos algum conteúdo melhorzinho que os possa atrair, acabamos a arrumar os popós dos europeus que já cá não vêm.
«24 horas» de 17 Mar 10

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1 Comments:

Blogger Luís Bonito said...

No outro dia deixei no meu blogue uma frase com que os alemães na antiga RDA gozavam com a forma como o cliente era tratado dizendo: "Der Kunde ist König, der Kellner ist Kaiser", ou seja, "o cliente é rei mas o empregado é imperador".
O cliente (e o turista) também não costuma ser imperador em Portugal.
Muitos turistas vão uma vez a Portugal e depois ... simplesmente não voltam. Na maioria dos casos, atrevo-me a dizer, é por se sentirem mal servidos.
Já não se trata só de o preço ser atractivo.
Na minha opinião, e na generalidade, levámos muitos anos a estragar o nosso turismo.
Depois vai ser muito difícil recuperar esses turistas.
Quanto aos alemães, por essas razões (não é só em Portugal que acham que o serviço prestado é insuficiente) e por outras, muitos deixaram de optar pelas férias no exterior e fazem férias cá dentro.

17 de março de 2010 às 14:19  

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