Ele mexe com a inveja
Por João Duque
PARA QUE CONSTE: não sou amigo de António Mexia nem escrevo este artigo para do mesmo receber quaisquer vantagens ou benefícios da EDP.
Mas o que é facto é que me irrita profundamente ter de confessar publicamente que António Mexia me remete emocionalmente para o lado de 9.999.999 portugueses que discutem a questão da sua remuneração como executivo da EDP. Tudo porque tal como os outros 9.999.999 portugueses sofro do mesmo mal: inveja!
Irra! Mas porque é que não fui eu a receber o convite para liderar uma empresa como a EDP? (...)
PARA QUE CONSTE: não sou amigo de António Mexia nem escrevo este artigo para do mesmo receber quaisquer vantagens ou benefícios da EDP.
Mas o que é facto é que me irrita profundamente ter de confessar publicamente que António Mexia me remete emocionalmente para o lado de 9.999.999 portugueses que discutem a questão da sua remuneração como executivo da EDP. Tudo porque tal como os outros 9.999.999 portugueses sofro do mesmo mal: inveja!
Irra! Mas porque é que não fui eu a receber o convite para liderar uma empresa como a EDP? (...)
Texto integral [aqui]
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6 Comments:
Apetece deixar este poema de António Aleixo:
Sei que pareço um ladrão...
mas há muitos que eu conheço
que, sem parecer o que são,
são aquilo que eu pareço.
Eu devo mesmo ser muito esquisita porque não sinto inveja do Mexia. Ter por ter, optava por Bill Gates.
Posto isto, para mim não é uma questão de números, é pura e simplesmente obsceno que alguém obtenha semelhante remuneração em comparação com os salários que a mesma firma pratica a outros níveis.
As empresas que conheço, estrangeiras, claro, quando distribuem lucros fazem-no por todos os trabalhadores, isto porque há quem estabeleça os objectivos e há quem trabalhe para eles. Por outro lado, objectivos em ambiente de monopólio não são mérito do gestor, mas sim do mercado que os favorece.
Por fim, é mais do que obsceno os mesmos accionistas votarem este tipo de prémios e depois fazerem uma guerra do escafandro porque se pretende aumentar o ordenado mínimo em 25 euros.
Inveja? Não, vómito!
Claro que é inveja. Ele nem é gestor por aí além, esperem quando tiverem de pagar o défice tarifário...
Comparar o seu vencimento ao de Cavaco ou Sócrates é um grande disparate. Quando aparecer um Presidente ou 1º ministro úteis que se lhes pague um ordenado igual ao do Mexia.
Se o ordenado mínimo fosse aumentado em 100€, uma empresa pagaria mais 1400€ num ano a cada funcionario q ganhasse esse ordenado mínimo, não os outros que talvez tivessem aumentos mas abaixo de 100€.
Ou seja, mil funcionários que ganhassem mais 100€/mês por bónus de produtividade dariam uma despesa de apenas €1,4 milhões, menos de metade do que recebeu Mexia. Maciel tem toda a razão. E, se há 3,1 para Mexia, quer dizer que haverá mais para outros, o que revela a sovinice de empresas que nem sabem reconhecer o contributo da sua massa de trabalho.
Do fundo do coração:
Muito obrigado, Graça Maciel.
Simpatizo consigo, ò Duque, mais que com o Mendonça que estava mortinho por ser ministro!
Por ter sido aluno do ISEG e pelo seu planar inclinado!
Mas ò Duque, convenhamos, que o tempo dos monarcas e da nobreza já cá não devia ter lugar!
E o seu leitor que acrescenta 100 euros ao ordenado de cada funcionário, metade da remuneração do Mexia, é bom economista e melhor gestor.
É que para além de nos curar a azia, que não nos deixa trabalhar, distribuir melhor em Portugal leva-nos ao curar do nosso calcanhar de Aquiles: uma zona económica óptima , não de 1.000.000 de Portugueses, mas de 10.000.000 de felizes e produtivos seres humanos!
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