23.4.10

Brincar às guerras com os filhos dos outros

Por Helena Matos

"Se o Governo quer guerra, é guerra que vai ter” – Mário Nogueira, Abril 2010.
“Se o que esta equipa ministerial quer é guerra, é guerra que vai ter.” – Mário Nogueira, Abril 2010.
“Se o Ministério da Educação quiser guerra, vai ter guerra.” – Mário Nogueira, Dezembro 2008.


MÁRIO NOGUEIRA, secretário-geral da FENPROF, deve ser o único português que anuncia guerras. Aliás passa a vida a fazê-lo. Cada equipa que chega ao Ministério da Educação é visitada pelo triunfante secretário-geral da FENPROF. Após esse primeiro encontro, sindicalistas e comentadores especulam sobre se o ministério quer a paz ou vai conseguir a paz com os sindicatos. Invariavelmente esta espécie de armistício esfuma-se ao fim dumas semanas e eis que começam os anúncios de guerra por parte de Mário Nogueira. “Se o ministério quer guerra vai ter guerra”, “se a ministra” – e cada vez mais na 5 de Outubro só existirão ministras pois os homens não estão para se sacrificar em tão funesta batalha! – “quer guerra vai ter guerra”… (...)

Texto integral [aqui]

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12 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Eu também já não tenho pachorra para o Mário Nogueira. É uma das muitas pessoas que me fazem mudar de canal quando aparecem na TV...

23 de abril de 2010 às 19:19  
Blogger Ribas said...

Já somos dois!

Qual papagaio pródigo a debitar reivindicações.
Mas o que mais me irrita é a sua visão autista da classe que preside.
Os outros que se lixem!

23 de abril de 2010 às 19:42  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Os dirigentes sindicais deviam ter um limite de mandatos. De contrário (e é a situação actual), perdem completamente o contacto com a realidade profissional que representam.

P. ex.: Carvalho da Silva, Bettencourt Picanço, etc:
Há quantos anos é que não exercem a respectiva profissão?

23 de abril de 2010 às 20:49  
Blogger jp said...

São um exagero as reivindicações destes sindicatos.
Bem sei que o sindicalismo teve um papel fundamental na evolução dos direitos dos trabalhadores, de que eu hoje beneficio, muitas vezes à custa da própria vida.
Mas neste tempo e em especial no funcionalismo público, que descaramento são as exigências destes senhores, para os quais está sempre tudo mal.
"Temos novo ministro? Estou contra"
Pobre Educação, que devia ser a prioridade número 1 de um país atrasado.

23 de abril de 2010 às 21:41  
Blogger GMaciel said...

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Os sindicatos foram e continuam a ser necessários - basta olhar para a guerra que se fez por 25 euros de aumento num dos ordenados mínimos mais "mínimos" da União europeia.

O problema, como CMR aponta, é a permanência ad eternum dos seus dirigentes. Aquilo é como o papa, é vitalício, e deveria ter número de mandatos máximos.

Quanto ao cheque-ensino, lamento mas vou pela primeira vez discordar. Não precisamos de mais subsídios numa sociedade viciada nos mesmos, precisamos é de um investimento sério e responsável na Educação, a começar pelos currículos, passando pelos seus docentes e acabando no espaço físico da escola.

Mas quem sou eu???

23 de abril de 2010 às 21:48  
Blogger GMaciel said...

Absolutamente de acordo, CMR, a manutenção do status quo também me parece ser premente para o fim que diagnostica.

Pelo que sei, muitos são os professores que não se revêem nesta direcção. Neste aspecto recomendo a leitura do blogue, "A Educação do meu Umbigo", para se ter uma ideia de como as coisas andam.

23 de abril de 2010 às 23:43  
Blogger Bartolomeu said...

Si vis pacem, para bellum...
;))))

24 de abril de 2010 às 10:24  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Helena Matos, para quem têm sido reencaminhados os comentários aqui afixados, envia a seguinte resposta:
_______

«Como autora do texto gostaria de precisar o seguinte:

a) longe de mim defender que os sindicatos acabem. Antes pelo contrário.

b) Não existem soluções chave na mão para o ensino. O cheque-ensino será apenas uma delas.
Gostaria de esclarecer que não é um subsídio pois trata-se apenas de entregar aos alunos o valor que o Estado gasta em média com ele por ano, sendo esse cheque entregue na escola pública ou privada que o aluno frequente. Não há subsídio algum nisto.

Helena Matos»

24 de abril de 2010 às 11:02  
Blogger GMaciel said...

Com todo o respeito que me merece e tenho por si, volto a discordar. :)

Na minha opinião, que pouco ou nada valerá, o cheque ensino apenas servirá de precioso instrumento discriminatório nas mãos das escolas. Não é difícil imaginar que, com a corrida às boas – públicas ou privadas – a selecção será inevitável deixando, obviamente, de fora aquele lote de alunos “indesejáveis”. Estaríamos, assim, a contribuir para acentuar as diferenças numa sociedade já assoberbada em preconceitos de imagem e estatuto.

Insisto no investimento sério e responsável e acrescento a obrigatoriedade de restabelecer a disciplina através da autoridade da escola e docentes. Cheques ensino, a meu ver, são mais paliativos que nada adiantam a não ser a discriminação que acima refiro.

24 de abril de 2010 às 15:29  
Blogger Ribas said...

Existem medidas simples, baratas e que poderiam dar milhões para aumentar a qualidade do ensino.
Como já defendeu o professor Nuno Crato, as entradas para o mundo da docência deviam estar reservadas para aqueles que, após uma exigente prova de ingresso, obtivessem melhor nota, ao contrário do que sucede, em que entram aqueles que obtêm melhor média de fim da licenciatura, quiçá paga a peso de ouro a uma qualquer universidade particular.
Esta é apenas uma das muitas medidas apontadas por este ilustre e sapiente senhor.
É preciso ouvir quem sabe, quem gosta do que faz e quem se preocupa verdadeiramente com a sua classe.

24 de abril de 2010 às 16:11  
Blogger Unknown said...

Só aqui venho para dizer que já somos três. Estou como o CMR e com o Ribas. Estou farto do Senhor Mário Nogueira até à ponta dos cabelos, melhor dizendo dos que ainda me restam.

Aproveito para felicitar a Helena Matos, com quem estou de acordo. Quanto aos professores - lamento-os; ou não sabem ou não podem desfazer-se do Senhor Nogueira

24 de abril de 2010 às 23:44  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Helena Matos enviou a seguinte resposta:

=========

Ao leitor GMaciel gostaria de observar o seguinte:

se como observa: "Na minha opinião, que pouco ou nada valerá, o cheque ensino apenas servirá de precioso instrumento discriminatório nas mãos das escolas. Não é difícil imaginar que, com a corrida às boas - públicas ou privadas - a selecção será inevitável deixando, obviamente, de fora aquele lote de alunos "indesejáveis". Estaríamos, assim, a contribuir para acentuar as diferenças numa sociedade já assoberbada em preconceitos de imagem e estatuto. " admite que as pessoas só mantêm os filhos em determinadas escolas pq não os podem tirar de lá. Ou seja as crianças têm de ser obrigadas a frequentá-las simplesmente pq se se admitisse a liberdade de escolha algumas escolas correriam o risco de ficar vazias.
Ensina a experiência que não se devem adoptar soluções únicas. O cheque ensino não é de modo algum a solução única e muito menos sei se será a que melhor resultados dará. Contudo excluí-la com medo da tal "corrida" que o leitor refere não me parece aceitável.

Helena Matos

25 de abril de 2010 às 10:25  

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