14.5.10

Limpar as mãos à parede

Por Joaquim Letria

LOGO NO PRINCÍPIO deste ano, a SEDES alertou para o perigo do excessivo endividamento do Estado. Mais do que alertar, a SEDES explicou que se a responsabilidade desse perigo era principalmente deste governo, também cada um de nós, eleitores e contribuintes, era duplamente culpado.
E é fácil de ver porquê: por um lado, não dizemos aos políticos que estamos fartos da sua má gestão dos negócios públicos, e por outro pagamos, com língua de palmo, os desvarios que em nome do Estado eles praticam, a mal da nação.
E é a mal da Nação porque em resultado deste desvario dos políticos os subsídios de desemprego, a protecção social, a ajuda aos mais fracos não se pode fazer por não haver recursos. A este triste estado de coisas seguem-se a educação e a saúde, fortemente afectadas. O desemprego, já dramático, só pode subir, enquanto os salários só podem descer.
O nome de Portugal no estrangeiro nunca esteve tão mal visto. Não vale a pena dizerem-nos que são os especuladores. A gente anda a viver do dinheiro dos especuladores e vamos ter de lhes pagar. E estes não são parvos e defendem-se dos caloteiros. Esse é o nosso mal.
Parabéns a quem anda a bater palmas de Guterres para cá. Bem pode limpar as mãos à parede.

«24 horas» de 14 Mai 10

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1 Comments:

Blogger GMaciel said...

Caro Joaquim Letria, com todo o respeito, não acha que se o grande timoneiro Cavaco não tivesse mostrado o caminho das pedras duma economia de faz-de-conta,se não tivesse destruido o tecido produtivo dos chamados bens transacionáveis e a indústria - que tanta falta faz agora - ninguém teria de limpar as mãos a lugar algum, pois não?

É que, no meu ponto de vista, esta coisa é como o Constantino, vem de longe.

14 de maio de 2010 às 15:58  

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