Manuel Alegre
Por Baptista-Bastos
HAVIA, TALVEZ, uma possibilidade criadora neste PS, acaso possuísse a grandeza de desanuviar a tensão que nele próprio quase explode. Mas o PS, este PS, perdeu menções, esqueceu o brio da história de muitos dos seus militantes e dirigentes, move-se ao sabor dos ventos e inverteu, definitivamente?, o papel que poderia representar na sociedade portuguesa. É uma associação de ressentidos, uma agência de empregos, e proclama que os alucinados são os outros.
A possibilidade de que falo consistia em acabar com a dilação em torno da denominação de Manuel Alegre, candidato à Presidência da República, que deixou de ser uma torpe vingança para se converter num escabroso indecoro. Ouve-se o fatal José Lello e não se acredita; escuta-se o medonho Vitalino Canas e ficamos transidos (...)
Texto integral [aqui]
HAVIA, TALVEZ, uma possibilidade criadora neste PS, acaso possuísse a grandeza de desanuviar a tensão que nele próprio quase explode. Mas o PS, este PS, perdeu menções, esqueceu o brio da história de muitos dos seus militantes e dirigentes, move-se ao sabor dos ventos e inverteu, definitivamente?, o papel que poderia representar na sociedade portuguesa. É uma associação de ressentidos, uma agência de empregos, e proclama que os alucinados são os outros.
A possibilidade de que falo consistia em acabar com a dilação em torno da denominação de Manuel Alegre, candidato à Presidência da República, que deixou de ser uma torpe vingança para se converter num escabroso indecoro. Ouve-se o fatal José Lello e não se acredita; escuta-se o medonho Vitalino Canas e ficamos transidos (...)
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5 Comments:
"...ele pertence ao património cultural..."
Ah, pois é! Pertence, pertence...
E o Professor Karamba também...
Sempre associei Manuel Alegre a liberdade.
Durante anos pensei que ele chegaria a ser Presidente. Creio que o “tempo” dele passou.. sem se concretizar esse seu sonho.
As canções alegristas farfalhadas e obsoletas
As palavras trovadas
em sons descompassados
são sempre enturvadas
por cantos repassados.
Da guitarra dedilhada,
com cordas envelhecidas,
sai a canção farfalhada
de toadas distorcidas.
São momentos espantosos
para mais tarde recordar,
de discursos portentosos
com um vigor de enfadar!
Eu julgo que Manuel Alegre não perde nada em manter alguma distância em relação a "este PS" pois, tendo em conta a crise actual (e mais o que aí vem a caminho!), as hesitações de certa gente dentro do partido até o podem beneficiar.
São, no fundo, uma espécie de "atestado de esquerda".
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Aliás, e de um modo geral (ao contrário do que sucede com as candidaturas para o Parlamento), uma certa independência em relação aos partidos é vantajosa para os candidatos.
Isso não quer dizer que não possam ser apoiados pelo partido A ou B.
Quer, apenas, dizer que não podem andar a "mendigar" esse apoio, ou a queixar-se que ele tarda.
Um candidato a PR, se quiser ter êxito, deve avançar por sua conta, e os apoios partidários (se os houver) devem vir depois - e não antes.
Entre o que se quer crer na construção das nossas paixões, sejam elas quais forem, e a real natureza das coisas e do Homem, existe um hiato irracional. É assim com a religião, o futebol e a política.
Déscartes estava, de facto, enganado.
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