Viva o protectorado!
Por Joaquim Letria
OS MEUS FILHOS não podem dizer que o pai não cuidou do seu futuro. Enquanto o mais velho estudou no Reino Unido, Itália e Estados Unidos, acompanhando o “boom” que o eixo Londres – Washington liderou durante o tempo das vacas gordas, o mais novo aí está a arregaçar as mangas, inteiramente formatado na cultura alemã, muito antes de se prever que Portugal acabaria, como agora, num acabrunhado protectorado de Berlim a que este e outros governos da mesma matriz nos reduziram.
Não me assusta esta nossa dependência. Desde o fim da década de 80 que verdadeiramente não somos uma nação soberana e já que nem assim nos sabemos governar, então que venha quem sabe e tome conta de nós.
O desmazelo deste governo, agora amantizado com o Roger Rabbit laranjinha, vai-nos sair ainda mais caro do que a crise custa aos gregos, mas o povo português não parece existir para outra coisa que não seja pagar ou emigrar.
Pelo menos, presume-se que se deixe de ouvir aos aldrabões, em breve, aquela lenga-lenga de estarmos a ser vítimas de especuladores que nos atacam e de cabalas internacionais gizadas nos Estados Unidos e nos países do Oriente contra o debilitado euro. E nós vamos fazer aquilo em que somos bons: trabalhar mais e ganhar menos.
OS MEUS FILHOS não podem dizer que o pai não cuidou do seu futuro. Enquanto o mais velho estudou no Reino Unido, Itália e Estados Unidos, acompanhando o “boom” que o eixo Londres – Washington liderou durante o tempo das vacas gordas, o mais novo aí está a arregaçar as mangas, inteiramente formatado na cultura alemã, muito antes de se prever que Portugal acabaria, como agora, num acabrunhado protectorado de Berlim a que este e outros governos da mesma matriz nos reduziram.
Não me assusta esta nossa dependência. Desde o fim da década de 80 que verdadeiramente não somos uma nação soberana e já que nem assim nos sabemos governar, então que venha quem sabe e tome conta de nós.
O desmazelo deste governo, agora amantizado com o Roger Rabbit laranjinha, vai-nos sair ainda mais caro do que a crise custa aos gregos, mas o povo português não parece existir para outra coisa que não seja pagar ou emigrar.
Pelo menos, presume-se que se deixe de ouvir aos aldrabões, em breve, aquela lenga-lenga de estarmos a ser vítimas de especuladores que nos atacam e de cabalas internacionais gizadas nos Estados Unidos e nos países do Oriente contra o debilitado euro. E nós vamos fazer aquilo em que somos bons: trabalhar mais e ganhar menos.
«24 horas» de 20 Mai 10
Etiquetas: JL
4 Comments:
Caro Letria, ultimamente deixa-me num dilema que me dilacera o ânimo: não sei se ria, se chore com os seus textos.
À ironia que transpõe para os mesmos é impossível não sorrir, no mínimo, mas a desgraça escarrapachada tão cruamente transforma o sorriso num esgar.
Direi como o outro: 'tou que nem posso.
Se pudesse assinava o texto e o comentário de Graça Maciel.
A ambos, obrigado.
Meu caro Joaquim Letria.
Correndo o risco de alguma injustiça, mas, esta corja que nos (des)governa, não é mais do que a expressão máxima do povo (enquanto colectivo)que somos.
Um país de trafulhas, governado por uns pulhas.
Cumprimentos e parabéns pela lucidez.
Carlos S.
Caro Joaquim Letria
O meu amigo mais parece o velho de Belém, ou seria do Restelo, bom, não importa, como estava dizendo, o meu velho amigo, pelos vistos, não percebe nada de nada, ou antes, convém dizer, não percebe e ..., NADA.
Nada ao sabor da corrente dos comentários que os tudólogos se encarregam, a troco de uns míseros trinta euros, publicar os seus tristes e pobres escritos em sítios onde as Novas Oportunidades, infelizmente, ainda não chegaram, esses sim, verdadeiros aldrabões que não souberam cuidar, como era seu dever e bem sabiam, da boa imagem do príncipe encantado que actualmente nos governa.
Porém, de facto, em parte, é verdade o que o meu amigo diz, desde os anos oitenta e até dois mil e cinco da nossa era, a nossa soberania andou pelas ruas da amargura, mas com a ascensão ao poder do nosso ilustre e mui amado primeiro-ministro, os bichos começaram a torcer o rabo, e vai daí, foi um caminhar a direito, hoje para gáudio de alguns e revolta de muitos outros, não se faz distinção entre os sexos e os seus anexos.
Muito mais haveria para dizer, mas o tempo não está de feição e, se temos que escolher entre trabalhar mais e ganhar menos ou emigrar, olhe, caro amigo, continue a escrever aqui no sorumbático que eu vou ali à terra do mon ami Sarkozy, e já volto.
Cumprimentos,
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