1.6.10

Marcas de vergonha

Por Joaquim Letria

SE VISITAREM povoações ribeirinhas, encontrarão em muitos muros e nas paredes de algumas casas marcas e datas que assinalam até onde e quando subiram as águas, nas piores cheias de que ali há memória. Na Assembleia da República devia haver placas e marcas idênticas que dissessem aos vindouros que “até aqui chegou a desfaçatez e incompetência do Sr. Sócrates e seus governos”.
A figura do primeiro-ministro em São Paulo, perdido no meio dos funcionários da Vivo, diz tudo. Parecia um “boxeur” grogue, sem saber onde está o canto, a balbuciar que está bem.
A Vivo é uma espécie de Optimus lá do sítio, da qual uma empresa portuguesa detém cerca de 30 por cento. E o nosso primeiro-ministro vai lá dizer que a empresa portuguesa não vende a parte da brasileira aos espanhóis.
Depois de ver o ministro das finanças de Paranhos feliz, num molhe de gestores e empresários, na bolsa de Nova York, tipo “olhó passarinho”, não é de estranhar que levemos a seguir outra notação vergonhosa dos mercados internacionais, como sucedeu.
Já não nos envergonhamos nem pensamos?! Não temos mundo?! Julgamos que política é “marketing”?! Pensamos que um País com 900 anos é uma Loja do Chinês ou um “stand” da Cadillac em Idaho?! Pelos vistos, não aprendemos nada com a vergonha da Qimonda.
«24 horas» de 1 Jun 10

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1 Comments:

Blogger GMaciel said...

Caro Letria, não aprendemos nada, ponto final parágrafo. Vergonha, ética, postura de Estado, consciência, responsabilidade, são conceitos estranhos para os políticos.

1 de junho de 2010 às 15:06  

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