31.5.10

Acabar com os «ricos» em vez de acabar com os «pobres»

Por Guilherme Valente

O MEU PAI, advogado em Leiria, encarnou o melhor do espírito da República, de que foi militante intrépido. Um liberal social - expressão que encontro para o designar, pelo que dele ainda pude conhecer e, sobretudo, pelo que dele me contaram -, combateu pela democracia e a igualdade social, sofreu, foi preso e deportado. Nunca confundiu as ideias com o carácter das pessoas que as defendiam, respeitou sempre e teve o respeito dos adversários, alguns deles seus grandes amigos. Com a minha Mãe, pessoa humilde, quase sem instrução, mas de fina inteligência e fé, estiveram sempre ao lado dos mais desfavorecidos. Isso mesmo foi gratamente lembrado por Amigos meus num encontro recente na nossa Leiria.
O meu pai matriculou-me na escola de Santo Estêvão, a escola primária frequentada pela gente mais pobre da minha Terra. Nessa escola confirmei o que aprendi com ele, com as suas palavras e o exemplo da sua vida: a inteligência, a generosidade, a lealdade, o sentido de justiça, o espírito de aventura, o sonho, não são qualidades sociais, são qualidades humanas. (...)

Texto integral [aqui]

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2 Comments:

Blogger GMaciel said...

A ignorância é domesticável pois quem não sabe não questiona.

O eduquês e a estirpe "reinante" sabem para o que é que trabalham, porque é bem mais fácil apascentar os rebanhos do que controlar os pastores.



As minhas homenagens ao seu pai, homem vertical e sábio que soube transpor para o futuro a semente da procura. Muitos mais houvesse e assim quisessem e outro país despontaria.

31 de maio de 2010 às 12:26  
Blogger Bartolomeu said...

"...com as suas palavras e o exemplo da sua vida."
Se o exemplo de vida não tivesse acontecido, ter-se-íam perdido as palavras, por mais sensatas e didácticas que tivessem sido.

31 de maio de 2010 às 15:19  

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