Figurantes
Por João Paulo Guerra
EM PORTUGAL há figurantes que não se limitam a fazer figura. Também fazem figuras tristes.
Surgem do nada e enchem de um momento para o outro o cenário de um desastre, de um crime ou a porta de um tribunal, em berrante carpidura, ou ululante protesto, movidos não tanto pelo anseio de se fazerem ouvir mas, principalmente, pela ambição de se mostrarem e intervirem, exibindo alguma relação com o caso e respectivos protagonistas. Já presenciei cenas assim, em serviços de reportagem: as pessoas andam por ali, circulam, murmuram, mas sempre de olho alerta, e mal aparece ou é activada uma câmara de televisão entram em agitação violenta, gesticulam, gritam subindo uma oitava o tom da voz. (...)
EM PORTUGAL há figurantes que não se limitam a fazer figura. Também fazem figuras tristes.
Surgem do nada e enchem de um momento para o outro o cenário de um desastre, de um crime ou a porta de um tribunal, em berrante carpidura, ou ululante protesto, movidos não tanto pelo anseio de se fazerem ouvir mas, principalmente, pela ambição de se mostrarem e intervirem, exibindo alguma relação com o caso e respectivos protagonistas. Já presenciei cenas assim, em serviços de reportagem: as pessoas andam por ali, circulam, murmuram, mas sempre de olho alerta, e mal aparece ou é activada uma câmara de televisão entram em agitação violenta, gesticulam, gritam subindo uma oitava o tom da voz. (...)
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Etiquetas: autor convidado, JPG
2 Comments:
a catarse....
do sorumbatismo à exaltação, e desta ao primeiro, sem nada de permeio a não ser o vazio das vidas....
assim vamos.... assim somos....
tenho 6 cães e canís onde residem, e tenho uma área de terreno considerável, para além disso, a minha propriedade fica no alto de um monte onde, as casas dos vizinhos mais próximas, estão suficientemente distantes, para que, de quando em vez, cometa a parvoíce de soltar os cães todos ao mesmo tempo. se soltar um só, o tipo limita-se a andar por ali a cheirar e a alçar a pata, por vezes lá dá uma corrida, que interrompe imediatamente ao som de um assobio, regressando ao ponto de partida. mas quando os solto em conjunto??? tá bem tá, posso gastar o stock de assobios e de ralhos, que os tipos não me passam cartucho, é ver qual é que corre mais veloz e se um mais temerário tenta ultrapassa-lo, sai zaragata, pela certa.
concluo que pouco nos distinguimos dos cães, em determinadas situações, somos iguaizinhoszinhoszinhos.
Já o Manuel Alegre tinha concluído o mesmo, quando intitulou um dos seus livros de "cão como nós"
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