11.11.10

A incursão do Papa Bento XVI em Espanha

Por C. Barroco Esperança

A REINCIDÊNCIA das visitas a Espanha, desta vez na simples qualidade de peregrino, e a indisfarçável agenda política que move Bento XVI, só encontram paralelo no combate do clero católico, especialmente do seu episcopado, às leis que ampliaram a esfera da liberdade pessoal relativa ao matrimónio, divórcio e aborto.
Não está em causa o direito à livre circulação e às convicções do Papa, mas é intolerável a ingerência nos assuntos internos do País visitado, bem como afirmações incendiárias capazes de detonar confrontos.
A laicidade agressiva, de que o papa acusa Espanha, é uma impossibilidade conceptual já que a laicidade é neutra, ao contrário do clericalismo, a lembrar a crueldade dos Reis Católicos para com os judeus e a evangelização espanhola dos índios sul-americanos. (...)
Texto integral [aqui]

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5 Comments:

Blogger Sepúlveda said...

Esquece que o Papa, apesar de chefe de um Estado, é o representante dos fiéis católicos, o que é transversal aos países onde os há.
E, se o povo em geral gostaria de ter um lobby que o defendesse contra medidas dos seus próprios governos, os cristãos católicos têm este lobby (não tão poderoso como até poderiam querer), o Papa, para defender princípios (materializados em leis) que, em geral, são os seus.
É claro que o que Bento defende não é o que todos os católicos defendem, mas também não são poucos e até coincide com o que defendem fiéis de outras religiões.
É razoável que alguém tenha algo contra os que não partilham das suas opiniões e vai sempre tentar persuadi-los. Toda a gente o faz. O Papa não é tão raivoso como o pinta.
E eu nem sou crente. Respeito a liberdade de todos e até do Papa.

11 de novembro de 2010 às 11:15  
Blogger GMaciel said...

Já eu concordo em absoluto com o que o C.B.E. aqui escreveu.

O mais estranho, ou talvez não, é que sou crente em Deus e totalmente descrente das igrejas - todas elas. Foi no que deu escrutinar a bíblia e discuti-la com vários padres de várias confissões.

11 de novembro de 2010 às 21:06  
Blogger GMaciel said...

Já agora e porque me esqueci, por conta desta minha postura pouco ortodoxa, até já me chamaram terrorista.

Pois!!!

11 de novembro de 2010 às 21:07  
Blogger Carlos Esperança said...

O Estado deve ser laico. Um Estado ateu também não é laico e sofre das mesmas perversões dos estados confessionais.

E a laicidade defende-se mesmo contra os teocratas que querem transformar os Estados em instrumentos do seu proselitismo.

Este é o meu ponto de vista.

11 de novembro de 2010 às 23:52  
Blogger GMaciel said...

Concordo consigo, Carlos Esperança, o Estado deve ser laico sempre. Por isso mesmo não concordei com o envolvimento do Estado - e respectiva despesa -na(s) vinda(s) do(s) Papa(s) e irrita-me solenemente ver um ministro ou o PR de joelhos perante o papa ou outro representante da igreja. Não me revejo em políticos desse cariz.

Esta é uma das razões pela qual me chamam terrorista.

:)

12 de novembro de 2010 às 09:32  

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