Apontamentos de uma cidade sem uma gota de auto-estima
Av. Sacadura Cabral e Av. Guerra Junqueiro.Em Lisboa, evidentemente
Afixado por: Carlos Medina Ribeiro às 16:00
27.12.10
Av. Sacadura Cabral e Av. Guerra Junqueiro.Em Lisboa, evidentemente
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8 Comments:
Que dirá a isto o presidente do município?
Precisa de implantar um rigoroso sistema de avaliação do desempenho de todos os funcionários municipais que o avalie também.
Abraço
João
Sempre Jovens
E se as pessoas desatassem a levar lixo e entulho para a porta da Câmara Municipal, será que alguém reparava?
Que porcalhotes...
Não creio, porém, que o problema se resolva com "sistemas de avaliação". Ou é preciso algum sistema de avaliação para ter a noção exacta da imundície?... Ainda corríamos o risco de o sistema de avaliação determinar que está tudo bem, ou a caminho disso...
Pelo menos foi o que o PISA concluiu relativamente ao ensino em Portugal.
E, quem conhece certos alunos, interroga-se: Será que desapareceram? Emigraram? Foram engolidos por um buraco negro? O caso é tanto mais misterioso quanto a gente continua a cruzar-se com esses alunos na rua...
Só é pena não arranjarem um sistema de avaliação para a crise e para os responsáveis por ela. E haviamos de ver como nem há crise nem muito menos há, entre nós, responsáveis pela crise. Isto, não obstante, grande parte de nós irmos ficar mais pobres ou na miséria. Mas isso deve encerrar outros mistérios. E para os mistérios (também) não há sistemas de avaliação...
O caso do lixo de Lisboa é uma espécie de "junta-se a fome com a vontade de comer".
Ou seja: a incúria da autarquia (com a deficiente recolha de lixo) está muito bem para uma significativa percentagem de "lisboetas", que não têm qualquer amor pela cidade.
Note-se que, a seguir ao Natal, há sempre um excesso de lixo (embalagens) coincidente com uma redução da recolha.
Mas estas fotos foram tiradas há mais de 1 semana.
NOTA: neste momento, tenho aqui em casa vários sacos com lixo reciclável. Já corri vários ecopontos das redondezas (fazendo uma espécie de "prospecção"...) e estão todos cheios, a abarrotar e rodeados de lixo.
«E se as pessoas desatassem a levar lixo e entulho para a porta da Câmara Municipal, será que alguém reparava?»
Remédio santo,
caro JoséB.
A precisar que organizemos um grupo, para passar por lá pela meia noite, depois da passagem do carro de recolha.
Eu pintava a cara de preto, se não andasse a perder tempo na Quadratura do Circulo.
Sou voluntário.
BMonteiro
Eu deixei de ver «A Quadratura do Círculo» pois irrita-me ver ali o António Costa a perorar sobre o país, quando Lisboa está como está (a começar pela rua onde ele mora, um paraíso para o estacionamento selvagem, como aqui já se mostrou por várias vezes).
Mas o que mais me irrita até nem são os problemas de Lisboa (qual a cidade que os não tem?), mas o ar satisfeito dessa gente toda.
É como se vivessem noutro mundo, a leste dos reais problemas dos munícipes, numa cidade cada vez mais degradada.
Caro BMonteiro:
Quando falava em levar lixo e entulho para a porta da Câmara, estava apenas a falar em temos hipotéticos... De resto, morando em Braga, não era fácil associar-me a qualquer grupo de voluntários...
Mas intervenho aqui com estes comentários e leio gostosamente os dos outros participantes: de BMonteiro, de A. João Soares, de Graça Maciel, etc, etc, etc, para além dos de Carlos Medina Ribeiro e, obviamente, dos textos de entrada, na intenção de animar-me e animar todos no sentido de exprimirmos o que sentimos, pensamos e queremos. Suponho eu que quando formos muitos a "gritar" que o rei vai nu alguma coisa há-de mudar.
Embora lentamente, lentamente..., que aquela gente parece ter os ouvidos no ferreiro.
Discordo de "em Lisboa evidentemente". Poderia ser em Bragança, em Coimbra Faro etc. Culpar o Governo a Câmara ..., ou seja, ninguém, é muito português!. Sem querer isentar a quota parte de culpas que cabem à Adminitração nesta e noutras questões, a culpa é dos portugueses ( e das portuguesas como não acrescentaria o Louçã). Estes comportamentos, absolutamente injustificáveis, são a expressão prática da "javardice", da profunda falta de civismo da esmagadora maioria dos portugueses (e das portuguesas). Moro à beira de uma rua/estrada e no pequeno quintal aparece de tudo! o tradicional maço de cigarros, lenços, gelados, as mais variadas embalagens, fraldas descartáveis e o mais que se possa imaginar.
Que aconteceria a um presidente de câmara que regulasse o estacionamento? e a um ministro que fosse relativamente rigoroso na ordenação do trânsito?
No aspecto de recolha de lixo e limpeza de ruas Lagos, p. ex., é impecável.
Não sei se isso está relacionado com o facto de a empresa ser privada (a Multiserviços), podendo não ter os contratos renovados se trabalhar mal...
--
A generalidade das pessoas que se vêem em Lisboa não tem qualquer estima pela cidade. Não a sentem como "sua", nem podem sentir!
Uns, nasceram noutras terras (quase todos); outros, porque só lá vão para trabalhar.
Cerca de 400 mil carros entram na cidade de manhã e saem ao fim do dia. Juntem-se-lhes os que vêem de camioneta, de barco e de comboio. Quantos serão? Que amor pode essa gente ter pela cidade?
Lisboa é, actualmente, uma terra agressiva, desumana, caótica, onde cada vez é mais penoso viver. Moro nela há mais de 60 anos, e agora fujo sempre que posso.
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