"Manif"
Por João Paulo Guerra
JÁ SE SABE que as tecnologias não são boas nem más. Depende do uso que se lhes dá. A Internet e as redes sociais tanto podem ser usadas para promover a solidariedade entre os homens, como para servirem de armadilhas montadas por toda a espécie de predadores. Mas entre estes extremos há iniciativas certamente bem-intencionadas que por ingenuidade dos seus promotores, ou por apropriação de terceiros, se transformam em perigosos veículos de manipulação de massas. E um dos perigos dos veículos é, precisamente, derraparem.
No Facebook apareceu e em três dias obteve um assinalável sucesso uma proposta genericamente destinada a condenar e castigar "os políticos", levando-os à demissão. Bem sabemos que a classe política se afundou a si própria no mais pantanoso descrédito: que promete e não cumpre, que se alapa ao poder, que o usa para tratar das vidinhas próprias e das da clientela, para distribuir benesses a uns e sacrifícios à maioria. Escrevo frequentemente sobre essa matéria, porque a verdade é que os exemplos viscosos a pedir comentário e denúncia são o pão-nosso de cada dia.
O menor dos males desta iniciativa é a frustração que resultaria para os participantes de ela jamais alcançar o seu fim: a exigência de que os políticos se demitam, para irem para lá outros. Isso aconteceu na Tunísia e no Egipto mas não foi propriamente com a manifestação pacífica que se propõe reunir um milhão de pessoas na Avenida da Liberdade. O perigo mais grave é o de confundir a mediocridade, o oportunismo, a falta de escrúpulos de uma casta de políticos com a política, arte e ciência de governar os povos e as nações.
De maneira que, por melhores intenções que tenha, a "manif" do Facebook cheira a "maioria silenciosa". E para essa já demos.
JÁ SE SABE que as tecnologias não são boas nem más. Depende do uso que se lhes dá. A Internet e as redes sociais tanto podem ser usadas para promover a solidariedade entre os homens, como para servirem de armadilhas montadas por toda a espécie de predadores. Mas entre estes extremos há iniciativas certamente bem-intencionadas que por ingenuidade dos seus promotores, ou por apropriação de terceiros, se transformam em perigosos veículos de manipulação de massas. E um dos perigos dos veículos é, precisamente, derraparem.
No Facebook apareceu e em três dias obteve um assinalável sucesso uma proposta genericamente destinada a condenar e castigar "os políticos", levando-os à demissão. Bem sabemos que a classe política se afundou a si própria no mais pantanoso descrédito: que promete e não cumpre, que se alapa ao poder, que o usa para tratar das vidinhas próprias e das da clientela, para distribuir benesses a uns e sacrifícios à maioria. Escrevo frequentemente sobre essa matéria, porque a verdade é que os exemplos viscosos a pedir comentário e denúncia são o pão-nosso de cada dia.
O menor dos males desta iniciativa é a frustração que resultaria para os participantes de ela jamais alcançar o seu fim: a exigência de que os políticos se demitam, para irem para lá outros. Isso aconteceu na Tunísia e no Egipto mas não foi propriamente com a manifestação pacífica que se propõe reunir um milhão de pessoas na Avenida da Liberdade. O perigo mais grave é o de confundir a mediocridade, o oportunismo, a falta de escrúpulos de uma casta de políticos com a política, arte e ciência de governar os povos e as nações.
De maneira que, por melhores intenções que tenha, a "manif" do Facebook cheira a "maioria silenciosa". E para essa já demos.
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1 Comments:
Quando os assentos políticos deixarem de proporcionar aos "rabos" que os ocupam, a liberdade e a "legitimidade" para trilhar os caminhos que o João Paulo Guerra elenca... deixará de haver candidatos disponíveis para os ocupar.
Nessa altura, o tesouro público passará a poupar as verbas destinadas aos candidatos... nada mais se irá perder, ou ganhar.
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