Confusão
Por João Paulo Guerra
O CHEFE de Estado incitou os jovens portugueses a empenharem-se «em missões e causas essenciais ao futuro do país com a mesma coragem, o mesmo desprendimento e a mesma determinação com que os jovens de há 50 anos assumiram a sua participação na guerra do Ultramar». Na verdade há aqui alguma confusão, em primeiro lugar porque os jovens portugueses não dão hoje mais ao País porque a «ditosa Pátria» não os contempla.
Depois, há a registar o carácter obrigatório do serviço militar no Portugal que fez a guerra colonial. Apesar do que, o número de faltosos e refractários atingiu em cada ano, e segundo dados oficiais, uma percentagem perto dos 20 por cento do contingente a incorporar.
A emigração foi o principal destino dos faltosos e refractários ao serviço militar. Entre 1960 e 1974 emigraram, só para França, Alemanha, Bélgica, Holanda, Luxemburgo e Suíça 1 754 000 portugueses - por motivos económicos e por razões políticas, em particular devido à guerra colonial. Tudo isto, apesar de os mancebos entre os 18 e os 22 anos não poderem emigrar, em caso algum, ou deslocarem-se ao estrangeiro, neste caso sem uma autorização informada pela PIDE. A legislação previa igualmente a incorporação obrigatória em «companhias disciplinares» para «os mancebos que se reconhecesse professarem ideias contrárias à existência e segurança da Pátria ou à ordem social estabelecida».
Nenhum dos nove mil mortos morreu por determinação. Como nenhum dos cinco mil deficientes e mutilados, nem dos 100 mil stressados de guerra, empenhou a sua saúde física e mental e o seu futuro por desprendimento. Mas coragem, desprendimento e determinação também houve, com efeito. Por exemplo, por parte da geração que fazendo a guerra colonial fez depois o 25 de Abril.
«DE» de 17 Mar 11O CHEFE de Estado incitou os jovens portugueses a empenharem-se «em missões e causas essenciais ao futuro do país com a mesma coragem, o mesmo desprendimento e a mesma determinação com que os jovens de há 50 anos assumiram a sua participação na guerra do Ultramar». Na verdade há aqui alguma confusão, em primeiro lugar porque os jovens portugueses não dão hoje mais ao País porque a «ditosa Pátria» não os contempla.
Depois, há a registar o carácter obrigatório do serviço militar no Portugal que fez a guerra colonial. Apesar do que, o número de faltosos e refractários atingiu em cada ano, e segundo dados oficiais, uma percentagem perto dos 20 por cento do contingente a incorporar.
A emigração foi o principal destino dos faltosos e refractários ao serviço militar. Entre 1960 e 1974 emigraram, só para França, Alemanha, Bélgica, Holanda, Luxemburgo e Suíça 1 754 000 portugueses - por motivos económicos e por razões políticas, em particular devido à guerra colonial. Tudo isto, apesar de os mancebos entre os 18 e os 22 anos não poderem emigrar, em caso algum, ou deslocarem-se ao estrangeiro, neste caso sem uma autorização informada pela PIDE. A legislação previa igualmente a incorporação obrigatória em «companhias disciplinares» para «os mancebos que se reconhecesse professarem ideias contrárias à existência e segurança da Pátria ou à ordem social estabelecida».
Nenhum dos nove mil mortos morreu por determinação. Como nenhum dos cinco mil deficientes e mutilados, nem dos 100 mil stressados de guerra, empenhou a sua saúde física e mental e o seu futuro por desprendimento. Mas coragem, desprendimento e determinação também houve, com efeito. Por exemplo, por parte da geração que fazendo a guerra colonial fez depois o 25 de Abril.
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