21.3.11

«Dito & Feito»

Por José António Lima

O QUE LEVOU José Sócrates a precipitar a crise política que há muito estava anunciada?
O facto de ter percebido que se tornara impossível a sua sobrevivência política até ao final do ano dada a gravidade das medidas de austeridade que Bruxelas e os seus parceiros europeus lhe exigiam que aplicasse já - como, mais uma vez, obedientemente fez. E o facto de qualquer ajuda externa vinda da cimeira dos próximos dias 24 e 25 implicar um pedido feito pelo Governo português e a intervenção do FMI - desmentindo tudo o que o primeiro-ministrovinha afirmando ao país.
Sócrates não hesitou, pois, em provocar a crise política. Mas fê-lo de forma tão canhestra, tão denunciadora das suas intenções, que até o seu tutor partidário Mário Soares lhe veio apontar um dedo acusador. «Cometeu erros graves: não tem informado, pedagogicamente, os portugueses quanto às medidas tomadas e à real situação do país», escreveu Soares, acrescentando: «Negociou o PEC 4 sem informar o Presidente da República, o Parlamento e os parceiros sociais - foram esquecimentos imperdoáveis ou actos inúteis, que irão custar-lhe caro». (...)

Texto integral [aqui]

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2 Comments:

Blogger GMaciel said...

Sinceramente, que o seu vaticínio final se concretize. É que já não há pachorra para esta fraude com nome de filósofo, caroço!!!

21 de março de 2011 às 19:33  
Blogger Gonçalo Correia said...

Uma mijinha de cada vez

Era uma vez um PEC 4 que esconde muita coisa mal explicada e desastrada. Aliás, as coisas são explicadas às mijinhas como se os progenitores do PEC 4 tivessem incontinência urinária, ou seja, uma mijinha de cada vez. Têm sido tantas que o cheiro torna-se insuportável, um pouco por todo o lado. Em três semanas de existência, o PEC 4 já viajou muito. Primeiro, há três semanas, foi passear a Berlim para conhecer a madrinha, de nome Sra. Merkel. Mais tarde, foi a Bruxelas conhecer o padrinho, Sr. Barroso. Que dupla! Por fim, foi apresentado aos portugueses. Que desgraçados! O Gigante (buraco do Estado) conheceu o PEC 4 logo após o seu nascimento, claro.

Como o próprio nome indica, este PEC é o quarto de uma irmandade terrível. O Gigante comporta-se como um Sauron, rei de Mordor, dos tempos modernos ao forjar tanta maldade através desta irmandade. Duvido que JRR Tolkien tivesse imaginação para criar personagens tão maquiavélicos! Enfim… Nuvens negras ameaçam uma primavera agora iniciada. E, refira-se, começou de forma bem agradável de norte a sul do país. O PEC 4 é uma tentação demasiado tenebrosa nas mãos de quem nos tem desgovernado pois, PEC atrás de PEC, a mentira e a incompetência grassam e arrasam tudo à sua frente, como bens miseravelmente preciosos. Nem o Gollum (ou Sméagol) lhes faz frente!

Além de o PEC 4 ter sido forjado nas minas hediondas de um largo com nome de murídeo, acaba por esconder um tremendo desastre nas contas deste rectângulo esburacado e (quase) falido. Como um desastre nunca vem só, apareceu alguém desastrado a dar as novidades desastrosas. Pior é (quase) impossível. E desfaçatez não lhes falta! À incompetência junta-se-lhe uma boa dose de mentiras e obtemos este PEC 4 que, no fim de contas, só merece levar com chumbo, e do grosso!

O FMI (Fundo Monetário Internacional) não vem aí, enganam-se. Esse fundo já está refastelado no PEC 4. Está lá, preto no branco, escrito. Se não acreditam, leiam o texto do compromisso assinado pelo nosso (des)governo. Desde 1960, ano da adesão de Portugal ao FMI através de uma quota de 60 milhões de dólares do Tio Sam (valor pago com paletes de ouro do Banco de Portugal), esse fundo tem sido visita regular por terras lusas. Como anteriormente, o FMI ficará hospedado entre São Bento e Belém, na capital de um antigo império ultramarino, durante alguns anos, infelizmente. Ou talvez não… Assim, o Gigante terá a sua companhia bem próxima. E nós também, uns mais do que outros.

22 de março de 2011 às 08:59  

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