Eles vêm aí
Por Antunes Ferreira
HÁ MOMENTOS da vida de um homem que levam a que se diga também que há dias em que não se pode pôr um pé na rua à noite. A jigajoga do faz que ajuda mas não ajuda, diz que pede mas não pede, no fim pede e deve vir e depressa que se faz tarde, começa a ser mais exótica do que um episódio dos morangos com açúcar. E agora, enquanto eles não entram cá mas vêm aí, não nos podemos esquecer da entrega internética dos Censos e do IRS. Depois, bem, depois verá-se como diz o cego.
Os culpados desta encrenca em que nos metemos somos nós os Portugueses; os Governos que se sucederam também, como é evidente, mas os principais somos mesmo nós. Habituámo-nos de há muito tempo a gastar o que temos e o que não temos, sobretudo este último termo de comparação. Iludimo-nos com a ideia peregrina do alguém há-de pagar. (...)
HÁ MOMENTOS da vida de um homem que levam a que se diga também que há dias em que não se pode pôr um pé na rua à noite. A jigajoga do faz que ajuda mas não ajuda, diz que pede mas não pede, no fim pede e deve vir e depressa que se faz tarde, começa a ser mais exótica do que um episódio dos morangos com açúcar. E agora, enquanto eles não entram cá mas vêm aí, não nos podemos esquecer da entrega internética dos Censos e do IRS. Depois, bem, depois verá-se como diz o cego.
Os culpados desta encrenca em que nos metemos somos nós os Portugueses; os Governos que se sucederam também, como é evidente, mas os principais somos mesmo nós. Habituámo-nos de há muito tempo a gastar o que temos e o que não temos, sobretudo este último termo de comparação. Iludimo-nos com a ideia peregrina do alguém há-de pagar. (...)
Texto integral [aqui]
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2 Comments:
Peço desculpa: realmente todos somos culpados da porca miséria em que nos encontramos.
Mas há culpados maiores do que outros. E entre os maiores estão, naturalmente, os governantes.
Que elegemos, é certo. Mas a que deviam corresponder as maiores responsabilidades.
E correspondem, embora sem consequências efectivas... para eles.
Mas podemos ao menos chamar-lhes bandalhos. Que é o que muitos têm sido.
Agora cá...
E brevemente os (re)elegeremos.
Que fado! Que fadistas!
Que povo!
Ainda gostava de perceber que culpa tem qualquer um que compre os produtos de um banco que lhes dá dinheiro para a mão para comprar carro, casa ou férias, a troco do pagamento de juros.
Eu até defendo que tanto quanto possível se deva ter só aquilo que se consegue pagar, mas os bancos tornam possível pagar mais coisas, mais caras. Mas não é proibido. E quem não passar os limites do endividamento vai pagando as suas prestações e continua a ter dinheiro para viver.
Agora, dizer-se que um povo vive acima das suas possibilidades só porque os seus governantes lhes estouram os contributos, eles sim, acima daquilo que depois se consegue pagar... eles é que funcionam acima das possibilidades do país e, agora, para prejuízo de todos.
E eu até nem tenho nenhum crédito.
E realmente há muitos carrões nas estradas e casas na Quinta do Lago, mas nenhuns são dos meus amigos que ganham entre €800 e €1000 por mês, alguns a tempo inteiro e a recibos mas todos em horários de exploração.
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