Profecia
Por João Paulo Guerra
NO MESMO dia em que os jornais publicaram a decisão do Governo de pedir a intervenção externa - custa chamar-lhe “ajuda” -, uma sondagem deu o PSD à frente nas intenções de voto, mas a descer, em relação a Outubro, e portanto menos seguro da vitória.
A sondagem, porém, era anterior ao pedido de intervenção externa, pela qual, noutra resposta, os inquiridos culpavam o PS. Ou seja: empurrado por altos patrocínios, institucionais e financeiros, o PS suicidou-se.
Tratou-se de uma modalidade de suicídio assistido, que começou há cinco anos, quando o PS de José Sócrates dividiu o eleitorado de esquerda e favoreceu a eleição de Cavaco Silva. O candidato prometeu durante a campanha empenhar-se na "defesa efectiva das condições de estabilidade política e governabilidade". A reeleição, este ano, já foi marcada por menor cordialidade, menos planos de "cooperação estratégica" e o discurso da vitória, a 23 de Janeiro, criticando a "campanha negra" dos adversários, anunciava que Cavaco Silva não iria perdoar. Com a agravante, para o Governo, de ter baixado a minoritário e do PSD ter, enfim, um candidato à alternância. Foi de Belém que partiu o primeiro empurrão para que José Sócrates se entregasse a si e ao País nas mãos do FMI, a pedra de toque que vai provavelmente decidir o resultado de umas eleições que se encaminhavam para um cenário mais renhido. Com toda a simplicidade, o chefe de Estado fez saber publicamente ao primeiro-ministro que o facto de estar em gestão não lhe diminuía a faculdade de pedir socorro ao FMI.
Há profecias que levam tempo a cumprir-se. A verdade é que já em Julho de 2005 Miguel Veiga previa que o triunfo de Cavaco Silva nas presidenciais seria o "grande passo" para que "o PSD possa retomar a governação ingloriamente perdida".
«DE» de 8 Abr 11NO MESMO dia em que os jornais publicaram a decisão do Governo de pedir a intervenção externa - custa chamar-lhe “ajuda” -, uma sondagem deu o PSD à frente nas intenções de voto, mas a descer, em relação a Outubro, e portanto menos seguro da vitória.
A sondagem, porém, era anterior ao pedido de intervenção externa, pela qual, noutra resposta, os inquiridos culpavam o PS. Ou seja: empurrado por altos patrocínios, institucionais e financeiros, o PS suicidou-se.
Tratou-se de uma modalidade de suicídio assistido, que começou há cinco anos, quando o PS de José Sócrates dividiu o eleitorado de esquerda e favoreceu a eleição de Cavaco Silva. O candidato prometeu durante a campanha empenhar-se na "defesa efectiva das condições de estabilidade política e governabilidade". A reeleição, este ano, já foi marcada por menor cordialidade, menos planos de "cooperação estratégica" e o discurso da vitória, a 23 de Janeiro, criticando a "campanha negra" dos adversários, anunciava que Cavaco Silva não iria perdoar. Com a agravante, para o Governo, de ter baixado a minoritário e do PSD ter, enfim, um candidato à alternância. Foi de Belém que partiu o primeiro empurrão para que José Sócrates se entregasse a si e ao País nas mãos do FMI, a pedra de toque que vai provavelmente decidir o resultado de umas eleições que se encaminhavam para um cenário mais renhido. Com toda a simplicidade, o chefe de Estado fez saber publicamente ao primeiro-ministro que o facto de estar em gestão não lhe diminuía a faculdade de pedir socorro ao FMI.
Há profecias que levam tempo a cumprir-se. A verdade é que já em Julho de 2005 Miguel Veiga previa que o triunfo de Cavaco Silva nas presidenciais seria o "grande passo" para que "o PSD possa retomar a governação ingloriamente perdida".
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