Zás
Por João Paulo Guerra
NÃO HÁ VOLTA a dar-lhe. Nas campanhas eleitorais tudo são rosas. Os espinhos chegam depois, como factura dos votos. Desde que subiu à liderança do PSD, o actual líder, agora também primeiro-ministro, defendeu a consolidação orçamental do lado do controlo da despesa, sem aumento de impostos. Em Abril passado, ainda o PSD defendia, para evitar o aumento de impostos e diminuir o défice a curto prazo, uma gestão mais eficiente da despesa pública. Chegado ao poder, pimba! A estreia do primeiro-ministro no Parlamento consistiu na apresentação de um imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal, ao qual, segundo as primeiras notícias, só escapará quem ganhe abaixo do salário mínimo. Para além, segundo se diz e como é costume, de evitar atingir rendimentos em depósitos e dividendos.
Foi assim com o Governo de Durão Barroso, defrontando as críticas do PS de José Sócrates; foi assim com o PS de José Sócrates, defrontando as críticas do PSD de Passos Coelho. E é assim com Passos Coelho, com falta de comparência de qualquer PS, aparentemente rendido à Troika e resignado à travessia do deserto.
Outra promessa do líder do PSD, que também lhe terá granjeado muitos dos votos com que se vencem eleições, foi a de jamais, em tempo algum, o ouvirem no futuro evocar a herança do «governo anterior» para adoptar qualquer medida mais impopular. Passa a campanha, saem os resultados, forma-se o governo e… pumba! Lá vem a ladainha da «herança» para dar o dito por não dito e vice-versa.
E nesta matéria nem sequer pode dizer-se que antigamente era melhor, ou simplesmente diferente. A demagogia é tão velha como a democracia. E já um auto de Gil Vicente registava que Todo o Mundo faz promessas, mas Ninguém paga as que deve.
«DE» de 4 Jul 11
NÃO HÁ VOLTA a dar-lhe. Nas campanhas eleitorais tudo são rosas. Os espinhos chegam depois, como factura dos votos. Desde que subiu à liderança do PSD, o actual líder, agora também primeiro-ministro, defendeu a consolidação orçamental do lado do controlo da despesa, sem aumento de impostos. Em Abril passado, ainda o PSD defendia, para evitar o aumento de impostos e diminuir o défice a curto prazo, uma gestão mais eficiente da despesa pública. Chegado ao poder, pimba! A estreia do primeiro-ministro no Parlamento consistiu na apresentação de um imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal, ao qual, segundo as primeiras notícias, só escapará quem ganhe abaixo do salário mínimo. Para além, segundo se diz e como é costume, de evitar atingir rendimentos em depósitos e dividendos.
Foi assim com o Governo de Durão Barroso, defrontando as críticas do PS de José Sócrates; foi assim com o PS de José Sócrates, defrontando as críticas do PSD de Passos Coelho. E é assim com Passos Coelho, com falta de comparência de qualquer PS, aparentemente rendido à Troika e resignado à travessia do deserto.
Outra promessa do líder do PSD, que também lhe terá granjeado muitos dos votos com que se vencem eleições, foi a de jamais, em tempo algum, o ouvirem no futuro evocar a herança do «governo anterior» para adoptar qualquer medida mais impopular. Passa a campanha, saem os resultados, forma-se o governo e… pumba! Lá vem a ladainha da «herança» para dar o dito por não dito e vice-versa.
E nesta matéria nem sequer pode dizer-se que antigamente era melhor, ou simplesmente diferente. A demagogia é tão velha como a democracia. E já um auto de Gil Vicente registava que Todo o Mundo faz promessas, mas Ninguém paga as que deve.
«DE» de 4 Jul 11
Etiquetas: autor convidado, JPG
4 Comments:
Parece-me existir a precipitação de JPG no julgamento do imposto extraordinário que se avizinha. Aliás, na linha de diversos comentadores nacionais. Com que base diz que os juros e lucros/dividendos não serão taxados? Se não o forem, é claro que a medida será absolutamente rasteira e este governo conseguirá bater o recorde nacional do governo que mais cedo aniquilou a sua autoridade por causa de uma medida injusta e mal executada. Mas… já conhece os detalhes da medida? Porque se conhece devia publicá-los para todos a avaliarmos. Se não conhece então está a opinar sobre boatos, coisa que se pode ser aceitável ao comum dos mortais já é mais duvidoso em alguém com exposição mediática.
Terá JPG ouvido o que o Passos e o Gaspar disseram na AR? Eu ouvi. E não me lembro de ter ouvido dizer que o novo imposto seria «sobre o subsídio de natal». Ouvi sim uma (mais uma) descuidada frase do Passos dizendo que, se quiséssemos saber aproximadamente o que pagaríamos, deveríamos contar com mais ou menos metade do nosso subsídio de natal deduzido do salário mínimo. Mas isto não é dizer que o imposto é sobre o subsídio de natal. E ouvi também, com todas as letras, o Gaspar dizer que todas as categorias de rendimento seriam tributadas. E o rendimento nacional é feito de salários, rendas, juros e lucros/dividendos. Se isso não vier a suceder, então o Governo mentiu na AR e, com certeza, haverá forma de o punir exemplarmente por isso.
Por isso, penso que as pessoas com alguma responsabilidade opinativa devem fugir ao apelo da multidão anónima e evitar lançar a confusão pela confusão. Se têm detalhes novos, digam-nos, se não têm, ao menos expliquem as coisas como elas foram ditas e não como o boato as interpretou.
Depois de conhecidos os detalhes da medida, se de facto este Governo cometer a injustiça intolerável e a fraqueza de carácter de só taxar os suspeitos do costume, isto é, se este Governo mostrar que mentiu ao país, então, aí sim, é de sermos todos fortes, activos e implacáveis na declaração de que um Governo assim, de cobardes e mentirosos, não serve e pode ir pelo mesmo caminho do anterior.
Há aqui uma pequena subtileza que diferencia de forma abissal este caso dos anteriores.
O Alforreca tem a lata de dizer que é um homem de palavra, que é o apóstolo da verdade e da transparência, etc., etc., em perfeito contraste com o "mentiroso" que o precedeu.
Estamos com traste.
E o dinheiro da Troika, já entrou???
Se um Governo chegar ao poleiro e não aumentar os impostos o povo até estranha. bfds
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