Dizer mais do que se quer
Por Manuel António Pina
NÃO SEI o que perco (embora saiba o que ganho) em ver pouca televisão. Felizmente a blogosfera vê mais televisão que eu e faz-me o, por assim dizer, trabalho de casa.
Foi no blogue "Der terrorist" que descobri a extraordinária constatação feita por António Arnaut na "Grande Entrevista" da RTP da passada quinta-feira a propósito das "negociatas, ou intrigas, ou influências feitas [...] a coberto da Maçonaria" que têm vindo a lume na comunicação social: "Não pode ter acontecido essas negociatas numa loja em funcionamento, isso é absolutamente interdito, pode acontecer é num jantar que antecede ou sucede a uma reunião maçónica".
A não ser que os maçons deixem de o ser à hora de jantar, tratou-se de um "lapsus linguae". Arnaut não quereria dizer que os maçons "não podem", no sentido de que "não lhes é permitido", fazer negociatas nas lojas (onde "isso é absolutamente interdito"), mas que o "podem" fazer, que isso "lhes é permitido", nos jantares antes ou depois das reuniões.
De acordo com a vulgata freudiana, o sentido do verbo "poder" na primeira parte da frase terá contaminado, por desleixo de atenção, aquele em que Arnaut pretendia usá-lo na segunda parte, deixando à vista a ideia reprimida que terá sobre o assunto, não muito diferente da que têm todos os que, segundo Arnaut, alimentam "preconceitos" contra a Maçonaria.
Se assim for, louve-se o desassombro do subconsciente do ex--grão mestre do GOL.
«JN» de 17 Jan 12NÃO SEI o que perco (embora saiba o que ganho) em ver pouca televisão. Felizmente a blogosfera vê mais televisão que eu e faz-me o, por assim dizer, trabalho de casa.
Foi no blogue "Der terrorist" que descobri a extraordinária constatação feita por António Arnaut na "Grande Entrevista" da RTP da passada quinta-feira a propósito das "negociatas, ou intrigas, ou influências feitas [...] a coberto da Maçonaria" que têm vindo a lume na comunicação social: "Não pode ter acontecido essas negociatas numa loja em funcionamento, isso é absolutamente interdito, pode acontecer é num jantar que antecede ou sucede a uma reunião maçónica".
A não ser que os maçons deixem de o ser à hora de jantar, tratou-se de um "lapsus linguae". Arnaut não quereria dizer que os maçons "não podem", no sentido de que "não lhes é permitido", fazer negociatas nas lojas (onde "isso é absolutamente interdito"), mas que o "podem" fazer, que isso "lhes é permitido", nos jantares antes ou depois das reuniões.
De acordo com a vulgata freudiana, o sentido do verbo "poder" na primeira parte da frase terá contaminado, por desleixo de atenção, aquele em que Arnaut pretendia usá-lo na segunda parte, deixando à vista a ideia reprimida que terá sobre o assunto, não muito diferente da que têm todos os que, segundo Arnaut, alimentam "preconceitos" contra a Maçonaria.
Se assim for, louve-se o desassombro do subconsciente do ex--grão mestre do GOL.
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2 Comments:
Olha, fugiu-lhe a boca para a verdade.
Mesmo dito involuntariamente, é coisa para se agradecer, realmente.
Mas a gratidão que eu sinto por António Arnaut, gostava de limitá-la ao que fez pela saúde pública no nosso país. Que outras coisas boas há-de ter feito também.
Mas não me refiro à pertença à maçonaria.
E é grato reconhecer que ainda há um ou outro político que vale(u) a pena: O bem que Arnaut fez está feito.
Depois de uma garrafa de tinto todo o maçon quer poleiro, como toda a gente (mas que não têm amigos para tal).
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