Passa para cá a soberania
Por Manuel António Pina
OS OLHOS cobiçosos da Alemanha voltam-se de novo para a soberania dos países "periféricos". De facto, confirmando uma notícia avançada pelo "Financial Times", a AFP revelou que uma "nota informal" apresentada ao Eurogrupo pela Alemanha (que ainda é devedora à Grécia de muitos milhares de milhões que foi condenada a pagar-lhe a título de dívidas de guerra) no sentido de que a Grécia seja forçada a ceder a sua soberania orçamental em troca de novo pacote de "ajuda".
Os olhos cobiçosos da sra. Merkel não são substancialmente distintos, senão nos processos, dos que uma outra Alemanha deitou há décadas à soberania dos países vizinhos, Grécia incluída. Taxas de juro usurárias e batalhões de burocratas com "certos poderes de decisão" que reforcem "o controlo dos programas e das medidas 'in loco'" são coisa mais discreta mas não menos arrasadora do que "panzers" e exércitos de ocupação. O seu efeito prático é, porém, o mesmo: a sujeição de um país e de um povo.
Que o actual Governo português, vendo as barbas gregas a arder, persista em atirar o país para o desastre, vergando-se a "ajudas" arma(dilha)das e afundando a economia no ciclo infernal da austeridade e da recessão, ou é cegueira obstinada (do género da de quem não quer ver) ou coisa pior.
Neste contexto, a intenção do mesmo Governo de pôr fim ao feriado que recorda a data da Restauração da Independência assume hoje uma involuntária carga simbólica.
«JN» de 30 Jan 12OS OLHOS cobiçosos da Alemanha voltam-se de novo para a soberania dos países "periféricos". De facto, confirmando uma notícia avançada pelo "Financial Times", a AFP revelou que uma "nota informal" apresentada ao Eurogrupo pela Alemanha (que ainda é devedora à Grécia de muitos milhares de milhões que foi condenada a pagar-lhe a título de dívidas de guerra) no sentido de que a Grécia seja forçada a ceder a sua soberania orçamental em troca de novo pacote de "ajuda".
Os olhos cobiçosos da sra. Merkel não são substancialmente distintos, senão nos processos, dos que uma outra Alemanha deitou há décadas à soberania dos países vizinhos, Grécia incluída. Taxas de juro usurárias e batalhões de burocratas com "certos poderes de decisão" que reforcem "o controlo dos programas e das medidas 'in loco'" são coisa mais discreta mas não menos arrasadora do que "panzers" e exércitos de ocupação. O seu efeito prático é, porém, o mesmo: a sujeição de um país e de um povo.
Que o actual Governo português, vendo as barbas gregas a arder, persista em atirar o país para o desastre, vergando-se a "ajudas" arma(dilha)das e afundando a economia no ciclo infernal da austeridade e da recessão, ou é cegueira obstinada (do género da de quem não quer ver) ou coisa pior.
Neste contexto, a intenção do mesmo Governo de pôr fim ao feriado que recorda a data da Restauração da Independência assume hoje uma involuntária carga simbólica.
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