Bordoada até já chegou a Belém
Por Ferreira Fernandes
HÁ 30 ANOS Vizela queria ser concelho e boicotou umas eleições. Marcada nova data, a vila encheu-se de jornalistas que puderam ver que o povo era sereno - tirando a verve nortenha: "Botar só se for as urnas ao rio" - e a GNR impreparada.
Se querem uma ilustração moderna para a atuação dela nesse dia, serve o vídeo do agente da PSP que agrediu, há dias, a jornalista no Chiado: aquele polícia, de bastão ao contrário, atirando-se a uma repórter em zona de ninguém, é antes do mais um não profissional. Um histérico, quando era obrigado à calma, um bruto, quando se lhe exigia firmeza, enfim, alguém impreparado, que não serve os cidadãos nem os seus colegas.
Eu estive em Vizela há 30 anos e vi não um polícia mas um pelotão da GNR na mesma exibição de incapacidade: malhavam, em vez de imporem a ordem. Um grupo de jornalistas refugiou-se no cimo de um muro: "Um deles tirou a carteira profissional e gritou: 'Sou jornalista! Sou jornalista!', e, tendo confessado, levou mais", escrevi então, para o meu jornal, o Tal & Qual.
Há impreparações profissionais que, não indo além disso, devem ser tratadas sem mais, com desprezo. Hoje, felizmente, podemos ser ainda mais exigentes e querer tirar aquele mau polícia da rua.
Mas, chega o que chega, fazer do Chiado um assunto de Estado (que já vai em apelo do Presidente) é ridículo. E as costas de jornalistas não devem ser trampolim para chicana política.
«DN» de 27 Mar 12
HÁ 30 ANOS Vizela queria ser concelho e boicotou umas eleições. Marcada nova data, a vila encheu-se de jornalistas que puderam ver que o povo era sereno - tirando a verve nortenha: "Botar só se for as urnas ao rio" - e a GNR impreparada.
Se querem uma ilustração moderna para a atuação dela nesse dia, serve o vídeo do agente da PSP que agrediu, há dias, a jornalista no Chiado: aquele polícia, de bastão ao contrário, atirando-se a uma repórter em zona de ninguém, é antes do mais um não profissional. Um histérico, quando era obrigado à calma, um bruto, quando se lhe exigia firmeza, enfim, alguém impreparado, que não serve os cidadãos nem os seus colegas.
Eu estive em Vizela há 30 anos e vi não um polícia mas um pelotão da GNR na mesma exibição de incapacidade: malhavam, em vez de imporem a ordem. Um grupo de jornalistas refugiou-se no cimo de um muro: "Um deles tirou a carteira profissional e gritou: 'Sou jornalista! Sou jornalista!', e, tendo confessado, levou mais", escrevi então, para o meu jornal, o Tal & Qual.
Há impreparações profissionais que, não indo além disso, devem ser tratadas sem mais, com desprezo. Hoje, felizmente, podemos ser ainda mais exigentes e querer tirar aquele mau polícia da rua.
Mas, chega o que chega, fazer do Chiado um assunto de Estado (que já vai em apelo do Presidente) é ridículo. E as costas de jornalistas não devem ser trampolim para chicana política.
«DN» de 27 Mar 12
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