Preocupado
Por João Paulo Guerra
TRÊS SEMANAS depois de ter feito constar aos portugueses que está muito preocupado com o desemprego em geral, e com o desemprego dos jovens em particular, o chefe de Estado promulgou as alterações que agravam o regime de atribuição do subsídio de desemprego.
Noutros tempos, Belém mandava mensagens aos governos. Agora, Belém dá conta das suas preocupações aos portugueses, directamente e com indirectas ao Governo através dos mass media. Com uma regularidade pendular. Nos últimos meses, S.Exª manifestou a sua preocupação, muita preocupação ou apreensão com o desemprego, com a situação de natalidade e fecundidade, com os efeitos da austeridade, com a sua própria situação de pensionista, com o impasse entre o Governo e a Região da Madeira, com o carácter explosivo que pode revestir a situação social em tempos que podem ser «insuportáveis», com os tempos eventualmente «insuportáveis», com a coesão social, com a carência alimentar de alguns portugueses, com os filhos de casais desempregados, com o nível das exigências da ‘troika' à banca, com a política de contratações no futebol português, com o elevado défice comercial no sector alimentar, preocupação, enfim, com a incerteza, etc. São preocupações justas. Injusto, ou no mínimo ingrato, é que os portugueses dêem tantas preocupações a quem tanto se preocupa com eles.
Acontece que apesar de tão assoberbado com as preocupações, o chefe de Estado não usa os seus poderes para acabar com tamanho desassossego. O exemplo mais recente é o do regime do subsídio de desemprego; o exemplo mais gritante foi a promulgação do Orçamento para 2012 em cima de um discurso preocupado sobre o estado preocupante do País.
A esta hora o chefe de Estado já está preocupado com a próxima preocupação.
«DE» de 16 Mar 12TRÊS SEMANAS depois de ter feito constar aos portugueses que está muito preocupado com o desemprego em geral, e com o desemprego dos jovens em particular, o chefe de Estado promulgou as alterações que agravam o regime de atribuição do subsídio de desemprego.
Noutros tempos, Belém mandava mensagens aos governos. Agora, Belém dá conta das suas preocupações aos portugueses, directamente e com indirectas ao Governo através dos mass media. Com uma regularidade pendular. Nos últimos meses, S.Exª manifestou a sua preocupação, muita preocupação ou apreensão com o desemprego, com a situação de natalidade e fecundidade, com os efeitos da austeridade, com a sua própria situação de pensionista, com o impasse entre o Governo e a Região da Madeira, com o carácter explosivo que pode revestir a situação social em tempos que podem ser «insuportáveis», com os tempos eventualmente «insuportáveis», com a coesão social, com a carência alimentar de alguns portugueses, com os filhos de casais desempregados, com o nível das exigências da ‘troika' à banca, com a política de contratações no futebol português, com o elevado défice comercial no sector alimentar, preocupação, enfim, com a incerteza, etc. São preocupações justas. Injusto, ou no mínimo ingrato, é que os portugueses dêem tantas preocupações a quem tanto se preocupa com eles.
Acontece que apesar de tão assoberbado com as preocupações, o chefe de Estado não usa os seus poderes para acabar com tamanho desassossego. O exemplo mais recente é o do regime do subsídio de desemprego; o exemplo mais gritante foi a promulgação do Orçamento para 2012 em cima de um discurso preocupado sobre o estado preocupante do País.
A esta hora o chefe de Estado já está preocupado com a próxima preocupação.
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Afixado por: Carlos Medina Ribeiro às 11:00
1 Comments:
Estou deveras preocupado com a sanidade mental do PR. Espero que os 10,000 Euro de reforma ainda lhe sejam suficientes para ligar os aquecedores e não ir desta para melhor devido a uma crise de gripe.
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