Da UE à China sem escala
Por Manuel António Pina
A CRER em Le Yucheng, ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros da China, é "bem conhecida (...) a vontade" dos trabalhadores chineses de "trabalharem além do horário" e mesmo "de dia e de noite". Le Yucheng gabou-se ainda, falando para diplomatas estrangeiros, de que "os trabalhadores chineses têm apenas 5 a 15 dias de férias pagas por ano, menos de metade do que nos países europeus".
Podia ter-se também gabado pelo facto de, na China comunista (?), o horário de trabalho ser superior a 10 horas diárias e o salário mínimo andar pelos 180 euros ou menos.
Justamente no mesmo dia - o acaso objectivo tem destas coisas - o Governo Passos/Portas anunciava medidas para aplicar à Função Pública o Código dos Despedimentos em debate na AR (e de aprovação já assegurada pelos votos da "troika" PSD, CDS e PS), para já aos contratados a termo: despedimento sem aviso e sem indemnização (no caso dos trabalhadores do quadro, corte da indemnização para quase metade); mais duas horas de trabalho por dia para um "banco de horas" que pode ir até às 150 por ano; corte para metade do pagamento por trabalho extraordinário; trabalho extraordinário sem direito a descanso; redução das prestações de sobrevivência e por morte; transferência para qualquer lugar do país sem acordo do trabalhador; menos férias...
Dir-se-iam, face às promessas eleitorais de Passos Coelho, medidas cínicas. Não: são ('les beaux esprits...') sínicas.
«JN» de 11 Abr 12A CRER em Le Yucheng, ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros da China, é "bem conhecida (...) a vontade" dos trabalhadores chineses de "trabalharem além do horário" e mesmo "de dia e de noite". Le Yucheng gabou-se ainda, falando para diplomatas estrangeiros, de que "os trabalhadores chineses têm apenas 5 a 15 dias de férias pagas por ano, menos de metade do que nos países europeus".
Podia ter-se também gabado pelo facto de, na China comunista (?), o horário de trabalho ser superior a 10 horas diárias e o salário mínimo andar pelos 180 euros ou menos.
Justamente no mesmo dia - o acaso objectivo tem destas coisas - o Governo Passos/Portas anunciava medidas para aplicar à Função Pública o Código dos Despedimentos em debate na AR (e de aprovação já assegurada pelos votos da "troika" PSD, CDS e PS), para já aos contratados a termo: despedimento sem aviso e sem indemnização (no caso dos trabalhadores do quadro, corte da indemnização para quase metade); mais duas horas de trabalho por dia para um "banco de horas" que pode ir até às 150 por ano; corte para metade do pagamento por trabalho extraordinário; trabalho extraordinário sem direito a descanso; redução das prestações de sobrevivência e por morte; transferência para qualquer lugar do país sem acordo do trabalhador; menos férias...
Dir-se-iam, face às promessas eleitorais de Passos Coelho, medidas cínicas. Não: são ('les beaux esprits...') sínicas.
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1 Comments:
Olhe, caríssimo Manuel António Pina
Com sua licença, eu chamar-lhes-ia "suínicas" ou, então, a caminho de algum... "pré-nazismo".
Não sei quanto nem até quando os deserdados do mundo vão aguentar.
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