Efeitos
Por João Paulo Guerra
HÁ DECISÕES, iniciativas e obras em Portugal que parecem constituir um conjunto escultórico em louvor da estupidez.
E uma das mais notórias peças do conjunto é a decisão de instituir o pagamento de portagens nas Auto-estradas sem custos para o utilizador, sobretudo nas antigas Scut com ligações às fronteiras.
O processo foi movido pela ideia fixa de fazer receitas, rapidamente e em força. Como muita gente avisou oportunamente, e como se está hoje mesmo a ver, a ideia de aumentar receitas por essa via tem o efeito contrário: a quebra da circulação, em Fevereiro, andou perto dos 60 por cento. E agora chegou mais uma factura. A fuga às portagens nas antigas Scut está a contribuir para a degradação da rede de estradas nacionais que, com o desvio de tráfego de modo a evitar as portagens, já estão a pedir obras.
O caso é particularmente absurdo na Via do Infante, assim chamada por partir de Vila Real de Santo António mas não chegar a Sagres, a terra à qual o Infante está associado. O Infante, na Via com o seu nome, é uma estatueta plantada debaixo de um viaduto. A Via, aberta à pressa para a inauguração nos tempos feéricos do betão, tem um traçado aos esses, acessibilidades para satisfazer clientelas e um piso aos sobressaltos. E agora tem portagens. E foi preciso chegar a Páscoa e engarrafarem-se milhares de viaturas vindas de Espanha na tentativa de pagarem o acesso à Via, numa máquina montada junto à ponte do Guadiana, para que o poder desse pela situação. Entretanto, milhares de turistas voltaram para trás, outros juraram nunca mais voltar. Juntem-lhe a carga do IVA na restauração e bye bye turismo.
E depois, como vão aumentar as receitas? Ora, com a receita do costume.
«DE» de 12 Abr 12HÁ DECISÕES, iniciativas e obras em Portugal que parecem constituir um conjunto escultórico em louvor da estupidez.
E uma das mais notórias peças do conjunto é a decisão de instituir o pagamento de portagens nas Auto-estradas sem custos para o utilizador, sobretudo nas antigas Scut com ligações às fronteiras.
O processo foi movido pela ideia fixa de fazer receitas, rapidamente e em força. Como muita gente avisou oportunamente, e como se está hoje mesmo a ver, a ideia de aumentar receitas por essa via tem o efeito contrário: a quebra da circulação, em Fevereiro, andou perto dos 60 por cento. E agora chegou mais uma factura. A fuga às portagens nas antigas Scut está a contribuir para a degradação da rede de estradas nacionais que, com o desvio de tráfego de modo a evitar as portagens, já estão a pedir obras.
O caso é particularmente absurdo na Via do Infante, assim chamada por partir de Vila Real de Santo António mas não chegar a Sagres, a terra à qual o Infante está associado. O Infante, na Via com o seu nome, é uma estatueta plantada debaixo de um viaduto. A Via, aberta à pressa para a inauguração nos tempos feéricos do betão, tem um traçado aos esses, acessibilidades para satisfazer clientelas e um piso aos sobressaltos. E agora tem portagens. E foi preciso chegar a Páscoa e engarrafarem-se milhares de viaturas vindas de Espanha na tentativa de pagarem o acesso à Via, numa máquina montada junto à ponte do Guadiana, para que o poder desse pela situação. Entretanto, milhares de turistas voltaram para trás, outros juraram nunca mais voltar. Juntem-lhe a carga do IVA na restauração e bye bye turismo.
E depois, como vão aumentar as receitas? Ora, com a receita do costume.
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