Má combinação: alemães e mapas
Por Ferreira Fernandes
OS ERROS são como as dívidas aos bancos, só se cobram quando são pequenos.
Angela Merkel, dona do Banco Central Europeu, acaba de cometer um
pequenino erro e eu ia perdoar-lhe? Nem pensar, passo e repasso aquele
vídeo, já viral na Internet.
Então, a senhora foi à Escola Internacional Europeia, em Berlim, a uma aula de Geografia. Conta-se rapidamente: a professora pediu-lhe para apontar Berlim, Merkel enganou-se e apontou longe, para as profundezas da Rússia, gargalhada geral dos jovens. Mas isso foi um engano, que mereceria só risinhos. O problema é outro: é o erro. Que, nos grandes, quando é pequeno pode tornar-se enorme.
Então, a senhora foi à Escola Internacional Europeia, em Berlim, a uma aula de Geografia. Conta-se rapidamente: a professora pediu-lhe para apontar Berlim, Merkel enganou-se e apontou longe, para as profundezas da Rússia, gargalhada geral dos jovens. Mas isso foi um engano, que mereceria só risinhos. O problema é outro: é o erro. Que, nos grandes, quando é pequeno pode tornar-se enorme.
Em
janeiro ou fevereiro de 1992, Jonas Savimbi desembarcou em Luanda para
eleições - numa cidade farta da incapacidade do Governo do MPLA e que
estava disposta a aceitar alternativas. Aí, Savimbi cometeu o tal
funesto pequeno erro: desceu do avião mostrando a pistola no coldre.
Mais do que da ineficiência, Luanda estava farta da guerra, e Savimbi
perdeu a eleição.
Voltando a Merkel: um chanceler alemão, seja ele
mulher, não pode ser filmado a apontar para um mapa (ou jogando à bola
com um globo terrestre)! Trocamos logo a professora por dois generais,
Jodl e Keitel, e à Merkel pomos-lhe um bigodinho. E se o (ou a)
chanceler aponta como território alemão um ponto da estepe russa, vemos
logo a pobre da Polónia atravessada por panzers...
Abuso? Talvez, mas
ando muito irritado com arrogância alemã.
«DN» de 29 Mai 12NOTA (CMR): acrescentei o vídeo referido na crónica.
Etiquetas: autor convidado, F.F
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