Queres ser meu amigo?
MARK Zuckerberg andou em Harvard, a melhor das universidades. Daí a vocação
para o ensino: ele e o seu Facebook ensinaram 845 milhões de pessoas que
a amizade é virtual.
Houve gente que precisou de uma vida para se dar
conta dessa virtualidade (leia-se, talvez seja amigo, talvez não) e
Zuckerberg decretou que ser amigo não passa mesmo de um simples clic:
"Queres ser meu amigo?"
No fim do verão já serão mil milhões de
"utilizadores" - é assim que o Facebook trata os seus "utilizadores",
termo mais frio do que os antigos "companheiro" e "amante", mas bem mais
verdadeiro: antigamente, faziam-se amizades de verão e no outono já nos
tínhamos esquecido de como ela beijava bem.
Segundo um estudo, nos
Estados Unidos cada utilizador do Facebook tem uma média de 229 amigos. É
muito amigo para ser sincero mas a lógica do Facebook é essa, na
avalanche de muitos, aproveitar a disponibilidade de um punhado e, até,
reencontrar amigos perdidos (e, já agora, as namoradas de verões
passados). E todo esse culto da amizade é combinado com os benefícios da
tecnologia. Sempre tive pela amizade uma noção de cowboy, os melhores
diálogos são os calados, enquanto o Sol se põe num canyon. É o que o
Facebook faz com o seu recurso "cutucar" (em brasileiro, em português é
"toque", mais fraco). Um amigo "cutuca", diz que está ali, e é quanto
basta.
Só por essa boa ação o Facebook merece ter chegado esta semana à
Bolsa com o maior sucesso de sempre.
«DN» de 20 Mai 12 Etiquetas: autor convidado, F.F
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