"Custe o que custar"
Por Manuel António Pina
REVELA o DN que os enfermeiros contratados a partir de ontem para os centros
de saúde de Lisboa e Vale do Tejo irão ganhar 3,96 euros à hora, isto é,
555 euros por mês (250 a 300 líquidos). São, diz uma das empresas
contratantes, as novas regras de pagamento aos "colaboradores" do SNS: a
qualidade não conta, é escolhido quem cobrar menos.
Paulo Macedo
chegou ao Governo com a incumbência de "poupar na saúde" e, para isso,
terá adoptado como estratégia o abandalhamento do SNS, empurrando quem
não for totalmente indigente para as clínicas privadas de bancos e
seguradoras. Ficam os pobres, e na saúde dos pobres pode poupar-se à
vontade.
Pelo menos assim parecem pensar os "boys" de algumas ARS e
administrações hospitalares. E, se em Lisboa poupam prescindindo da
qualidade da enfermagem, no Hospital Central Tondela-Viseu poupam, como
noticiou o JN, no copo de leite e nas bolachas de água e sal com que,
durante a noite, se estabilizavam antes os níveis de glicémia dos
diabéticos, deixando estes 12 horas sem comer e em risco de morte por
hipoglicemia, do mesmo modo que, em outros hospitais públicos, a lei, em
relação aos doentes oncológicos, parece ser agora a de "poupar nos
medicamentos caros e deixar morrer".
Porque é preciso poupar em algum lado o que não se poupa nas PPPs e nas rendas pagas às grandes empresas do sector energético.
«JN» de 3 Jul 12Etiquetas: MAP
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