Greve piloto e rasteirinha
Por Ferreira Fernandes
NA SEMANA que entra e depois em agosto, os pilotos da TAP vão fazer greve. Os pilotos da TAP (média mensal de ordenado: 8600 euros) garantem que "a motivação não é salarial". É a ideia que eu tinha, quem ganha 8600 euros por mês não faz greves por motivação salarial. Outra ideia minha, os pilotos não fazem greve para incomodar os portugueses que precisam de se juntar aos dez para ganharem tanto como um piloto: quem ganha 860 euros mensais raramente anda de avião.
Então, porquê as greves? Diz o sindicato dos pilotos, é para que a TAP assuma "o compromisso de anulação de todas as faltas injustificadas e/ou sanções acessórias aplicadas aos pilotos, decorrentes direta ou indiretamente de interpretações unilaterais do Acordo de Empresa".
É estranho que um sindicato capaz de pagar boas avenças a advogados parta logo para a greve e não trate em tribunal essa querela jurídica...
Repito: porquê as greves? Por isto: "Perante a iminência de privatização", diz o comunicado dos pilotos, a administração da empresa deve considerar "os pilotos como parte da solução". Ah, percebi, faz-se greve e far-se-á greve e far-se-á greve até que se leve para a mesa das negociações da privatização os famosos 20 por cento a que os pilotos dizem ter "direito" sobre a TAP...
Se a ameaça dos pilotos vencer, os comandantes do Corpo de Fuzileiros bem parvos são se não impuserem (e não com greves) o seu "direito" a 20 por cento da província de Troia.
«DN» de 1 Jul 12Etiquetas: autor convidado, F.F
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