2.7.12

A greve ao serviço de um abuso

Por Ferreira Fernandes
JÁ VOU na terceira crónica sobre a greve dos pilotos da TAP e pode parecer-vos campanha, mas não devia parecer. É mesmo campanha. 
Com as suas greves (nos inícios de julho e agosto), os pilotos vão causar enormes prejuízos à empresa e ao País mas isso, só por si, não as torna ilegítimas - as greves são lutas e não convites para tomar chá. Acontece, porém, que aquilo que o sindicato dos pilotos dá como pretexto para greve (uma treta que eu ontem aqui citei) podia e devia ser discutido nos tribunais, e por estes decidido. Que um grupo privilegiado ouse em tempos tão difíceis prejudicar tanto tantos cataloga esta greve desnecessária como uma indecência. 
O que leva os pilotos a correrem o risco de se identificarem com um abuso tão manifesto? Quando o processo de privatização da TAP "decorre em grande ritmo", como disse há dias o secretário de Estado dos Transportes, estas greves são provas de vida para a famigerada reivindicação de 20 por cento da empresa para os pilotos. Ou se aceita esse "direito" nas negociações, ou greves... Ou, ou, é uma forma de impor que não diz nada sobre a força do argumento mas diz que quem argumenta tem força. 
De facto, os pilotos têm força, a prova é o mal que farão com as suas próximas greves. E, sobretudo, se conseguirem os tais 20 por cento, demonstrarão ter mesmo muita força. Mas será das vitórias mais rascas a que já assisti. 
«DN» de 2 Jul 12

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1 Comments:

Blogger Táxi Pluvioso said...

Prejuízos ao país? então o povo não votou durante quase 40 anos pela sua espoliação e destruição?

3 de julho de 2012 às 08:47  

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