«Dito & Feito»
Por José António Lima
LUÍS Filipe Menezes tem o condão de criar clivagens partidárias e lançar
a discórdia política por onde passa. Agora, a sua anunciada candidatura
em 2013 à Câmara do Porto já conseguiu abrir três frentes de ruptura.
No
PSD, tem as estruturas base, como é habitual, do seu lado: a concelhia
do PSD/Porto e, depois, a distrital já aprovaram por unanimidade o seu
nome. E tem contra si, de forma pública e notória, algumas das
principais individualidades sociais-democratas do Porto, como o actual
presidente do município, Rui Rio, ou o eurodeputado Paulo Rangel.
A
nível da coligação PSD-CDS, a sua candidatura já mereceu o repúdio
frontal do CDS-Porto, que compara a sua gestão em Gaia, alicerçada numa
dívida gigantesca, à política «que conduziu o país à situação em que nos
encontramos», isto é, à iminência da bancarrota. Razão pela qual o
CDS-Porto, que tem apoiado os mandatos de Rui Rio, considera que a
eleição de Menezes «resultaria num claro retrocesso para a cidade». As
direcções do PSD e do CDS decidiram mesmo, há dias, deixar a Câmara do
Porto de fora do acordo de coligações autárquicas celebrado entre ambos.
A
candidatura de Menezes divide, finalmente, as opiniões quanto à sua
legalidade, por este já ter atingido em Gaia o limite de três mandatos
consecutivos. Paulo Rangel, por exemplo, não tem dúvidas: «Fui eu que
redigi esta lei. O espírito da lei é o de não permitir candidaturas para
outras autarquias». Já o secretário de Estado da Administração Local
pensa o contrário: «Não se pode impedir um autarca de se candidatar a
outra autarquia. É isso que está no espírito da lei». Será? Ou não será?
Ou
seja, a candidatura de Menezes ao Porto, que parecia de início
imbatível, começa a enfrentar demasiados escolhos e múltiplas
dissidências pelo caminho. Se a isso juntarmos a conjuntura altamente
penalizadora para o PSD em que se irão realizar as autárquicas (como se
viu há pouco pelo exemplo das eleições nos Açores), então a vida de
Menezes pode complicar-se a sério. Mesmo tendo pela frente um candidato
de terceira linha como o que o PS resolveu apresentar no Porto.
«SOL» de 9 Nov 12 Etiquetas: autor convidado, JAL
1 Comments:
Esperemos que leve uma tareia de criar bicho.
Eleitoral claro.
O Porto não tem por lá ninguém que valha mais, em todos os aspetos?
Diabo, falem com o Pinto da Costa.
Enquanto é tempo.
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