Os ricos como motor do progresso
AS CONDENAÇÕES de vários ex-dirigentes do PT podem vir a ser dos
maiores contributos daquele partido para o Brasil. E, notem, até os
insuspeitos The Economist e The Wall Street Journal reconhecem que os
governos do PT, de Lula a Dilma, já deram grandes melhorias ao povo
brasileiro. Mas, lá está, nem a todo o povo.
Agora, os brasileiros mais
esquecidos, os presidiários, talvez venham a ser também contemplados.
Ainda ontem o juiz Joaquim Barbosa, relator do processo Mensalão que
levou às condenações, disse o destino dos presos: "Prisão especial é só
para quem está cumprindo prisão provisória, e não definitiva." Com
condenações já sem recurso, os ex-ministros e poderosos chefões
partidários vão mesmo para aquelas prisões desumanas que conhecemos de
filmes (Carandiru, de Hector Babenco), dos noticiários (motins em celas
sobrelotadas onde se sorteia o próximo morto) e pelas palavras do
ministro brasileiro da Justiça, José Eduardo Cardoso (do PT): "Os
presídios no Brasil ainda são medievais. Entre passar anos num, talvez
eu preferisse morrer." Disse ontem. Aliás, já o tinha dito há ano e
meio.
Assim, com José Dirceu (ex-manda-chuva do PT) e os outros
ex-dirigentes a conhecer as prisões tal como elas são, é provável que
elas deixem de ser tal como elas são. O grande Millôr já dizia que os
poderosos no Brasil não iam para a prisão por elas serem más. Indo para
lá talvez melhorem. Para bem de todos.
«DN» de 14 Nov 12 Etiquetas: autor convidado, F.F
1 Comments:
O mesmo se aplica aos hospitais, escolas, etc - se os poderosos e influentes os deixarem de frequentar tornam-se insalobres!
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