Sinais do fim do mundo: caneladas
Por Ferreira Fernandes
POR FAVOR, ponha na sua agenda: faltam três dias. O mais duro para mim vai ser a véspera. Todos os dias sofro, como todos os cronistas crónicos, da angústia da folha em branco: que raio vou eu hoje escrever? Nada, porém, comparado com o que me vai acontecer na quinta-feira: mas para QUEM vou eu escrever, se amanhã é o fim do mundo? Só o Passos é que já percebeu. Até há pouco ele andava dedicado a cortar no futuro, baixas de salários para 2013. Viram a mudança de agulha neste fim de semana? Ele disse que há para aí uns pensionistas milionários que "não descontaram para ter aquelas reformas..."
Equilibrar o Orçamento do ano que vem, já era. Agora, é como se o memorando da troika tivesse este ponto único: ao menos que Cavaco Silva não se vá a rir. Vamos transformar-nos numa Igreja da Vingança dos Últimos Dias e não vai ser bonito de ver, vai chover muita canelada. E quando não for vingança é frustração: não vamos saber quem comprou a RTP. Por outro lado, espero da AICEP que morra de pé, mande uma delegação a Bugarach - a aldeia francesa que se enche de místicos por ser um dos raros lugares do planeta a sobreviver - e estude o nicho de mercado. Pode ser útil no próximo fim do mundo: em Bugarach, nas últimas semanas, o preço do metro quadrado decuplicou. Em 2013, vendíamos o Gerês como o melhor refúgio da Europa. Só para estrangeiros (para os nossos pensionistas milionários não se aproveitarem).
«DN» de 18 Dez 12Etiquetas: autor convidado, F.F
1 Comments:
O Gerês não, bolas!, que, para além das acácias, e de certos "turistas"... não precisa de mais infestantes.
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