América desarmada pelo gatilho fácil
Por Ferreira Fernandes
A MATANÇA na escola de Newtown já teve três respostas fulminantes. A
primeira, mais um belo discurso de Barack Obama, como só ele, e até com
sinceras lágrimas. A segunda, de Mike Huckabee, ex-candidato a candidato
republicano à presidência e atual comentador da Fox, que explicou as
causas do tiroteio assim: "Expulsámos Deus das nossas escolas, agora..."
E a terceira, com a campanha de assinaturas para que - sentem-se, por
favor - para que se acabe não com as armas, mas com a proibição das
armas nas escolas. Lógica da Gun Owners of America, a associação de
defensores de armas que começou já a recolher assinaturas: se os
professores estivessem armados teriam impedido Adam Lanza de atirar.
Resumindo as três respostas: a América está tramada e só lhe resta
esperar pelo ataque seguinte. Se as próximas vítimas forem às centenas e
num berçário - isto é, com um salto quantitativo significativo de
horror - talvez, mas só talvez, haja uma mudança no maioritário pensar
retorcido dos americanos sobre as armas.
Newtown, 27 mil habitantes, tem
uma loja de armas, fica num país com 9369 mortos por tiro, em 2010
(Canadá: 144) e é terra de Adam, 20 anos, que se passeava com duas
pistolas, Sig Sauer e Glock, e um rifle de calibre 223 (para caça
pesada), legalizadas pela sua mãe, que trabalhava na escola.
Segundo o
desejo da Gun Owners of America, os futuros Adam podem ir buscar as
armas ao cacifo da mamã, na própria escola a chacinar.
«DN» de 16 Dez 12 Etiquetas: autor convidado, F.F
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