Não há um FMI para cães perigosos?
Por Ferreira Fernandes
ONTEM,
o País acordou com uma receita do FMI. Não são sinapismos, é a doer...
Não trago para aqui a minha opinião, irrelevante, sobre a justeza das
medidas. Mas quero dar a minha opinião, óbvia, sobre as consequências de
tais medidas: elas vão ferir milhões de pessoas e colocar centenas de
milhares de outras sem saída, perdidas. Lembro a opinião óbvia para pôr
uma pergunta: como é possível um Estado fazer tanto mal aos seus? O que
tem uma resposta pertinente (não digo que caucione a justeza das medidas
mas justifica a hipótese de estas serem consideradas): o Estado pode
vir a fazer aquilo porque tem de fazer. E o ter de ser tem muita força.
Ora até aqui esta crónica é mero introito, é para mostrar que o Estado
quando pensa que tem de fazer uma coisa, faz. Mesmo que cause um
cataclismo social.
Introito feito, passemos a coisa pequena: e os cães
perigosos? Estes têm de acabar nas ruas e sítios públicos, nos bairros
populares e nos condomínios, nos apartamentos dos avós pobres e imbecis e
nas vivendas dos avós ricos e imbecis. Os cães perigosos (há lista
oficial), para os zoos, e só! Então, a minha questão é: o Estado, porque
tem a justificação do ter de ser, arranja coragem para fazer tanto mal
aos seus, e, com a mesma justificação de ter de ser, não consegue acabar
com os cães perigosos? O quê, as vítimas dos cães perigosos não são
magna justificação? Olhem outra vez para a cara do Dinis, 18 meses, a
mais recente vítima.
«DN» de 10 Jan 13 Etiquetas: autor convidado, F.F
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