21.11.13

Pepsi, a sede que traz azar

Por Ferreira Fernandes
Os americanos permitem a contrapublicidade, isto é, uma marca pode dizer mal da outra. E está certo: sabendo que duas marcas são inimigas, o que dizem uma da outra só se formos tolos não pegamos com pinças... 
Um dos exemplos célebres de contrapublicidade aconteceu em 1984, num duelo da Pepsi e da Coca-Cola. Ambas quiseram contratar Michael Jackson e a Pepsi ganhou a corrida com cinco milhões de dólares. No New Generation, o vídeo publicitário que foi feito, o cantor dá os seus primeiros passos à moonwalker, passo da Lua, dando a ilusão de que recua deslizando. Mas, durante as filmagens, faíscas dos efeitos especiais incendiaram a cabeleira de Michael Jackson e ele sofreu graves queimaduras. A Coca-Cola aproveitou para fazer este anúncio: "Cara Pepsi, parabéns por teres contratado Michael Jackson. É pena é dares tanto azar..." 
O episódio antigo merece leitura atual. A Pepsi aproveitou a ida à Suécia de Cristiano Ronaldo para se meter com o português. Em anúncios suecos, amarraram-no a carris e espetaram-lhe agulhas vudu. Não foi, porém, jogo limpo como na contrapublicidade atrás referida. A Pepsi, que patrocina Messi, não lembrou que Cristiano Ronaldo faz anúncios à Coca-Cola - a ela só lhe interessou tirar partido da animosidade momentânea dos suecos pelo português. Mas a lição a tirar é que, com o contrário de passinhos à moonwalker, as cavalgadas fantásticas de Cristiano Ronaldo confirmaram que a Pepsi dá azar aos seus.
«DN» de 21 Nov 13

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