16.5.19

A União Europeia, os impostos e a justiça social

Por C. Barroco Esperança
É irrelevante defender que os bancos, seguros, comunicações, saúde e ensino podiam e deviam ser, não em exclusivo, essencialmente estatais, em particular, aeroportos, portos, e redes viárias. No entanto, querer tudo ao mesmo tempo não é uma utopia, é um erro que pode ter efeitos contraproducentes.
Nenhum país é autossuficiente para poder definir a sua política, sem constrangimentos que a geopolítica impõe. A necessidade de integrar grandes blocos é evidência óbvia.
Sem União Europeia não teria sido possível aplicar uma multa de 2,42 mil milhões de € à Google por violar as regras de concorrência no serviço de compras online. A aplicação de multas milionárias a gigantes tecnológicos que vendem bens e serviços, como Apple, Starbucks, Amazon ou McDonald's, não seria possível a um único país e, muito menos, a países cujas máquinas fiscais são inaptas para tributar os gigantes tecnológicos.
A competição fiscal entre países, dentro da UE, levou esta a deixar de cobrar mais de 5 mil milhões de euros de impostos ao Faceboock e à Google, entre 2013 e 2015, através do domicílio na Irlanda. A competição fiscal entre membros do mesmo espaço político e económico acaba por ser ruinosa para todos.
Ainda não foi descoberta forma mais eficaz de corrigir ou atenuar desigualdades sociais que não seja através de impostos. E será também através deles que passará o combate às alterações climáticas que a simples necessidade de respirar e de beber água tornam cada vez mais urgentes.
A Europa está numa encruzilhada da qual só sai pelo aprofundamento da união política, económica e social ou pela nociva e perigosa desintegração cujo rombo mais devastador foi desferido pelo leviano referendo britânico em marcha turbulenta para o Brexit. Sai o país com maiores tradições democráticas e fica um gigantesco enclave de reacionarismo católico integrista, hostil ao europeísmo e habituado ao autoritarismo, a Polónia, entre outros de menor dimensão.
O combate à desertificação, às alterações climáticas e à poluição, bem como a procura de energias alternativas e a defesa da vida no Planeta, não estão ao alcance de um único país, são tarefas que exigem o empenhamento coletivo.
A Europa nunca possuiu tanta riqueza como hoje, mas nunca teve tão parcos recursos com que contar no futuro. A bem ou a mal, vai ter de pensar na herança que deixará às gerações que privou do que lhes era devido.

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2 Comments:

Blogger opjj said...

No essencial concordo.Cada país escolhe o seu destino por via dos votos.

Quanto ás multas e impostos. Bom, somos beneficiários a custo zero na sua maioria.

V.Exª acha que esses custos, multas ou impostos não se refletem no consumidor?

Cumps

16 de maio de 2019 às 19:10  
Anonymous pvnam said...

O PROBLEMA DO POLITICAMENTE CORRECTO NÃO É A JUSTIÇA SOCIAL NEM A SITUAÇÃO AMBIENTAL... MAS SIM O FACTO DE SEREM NAZIS: não podem ver um povo autóctone a sobreviver pacatamente no planeta.
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PNR's e afins não seja parvos: não há tempo a perder com a elite neo-esclavagista, urge o SEPARATISMO-50-50!
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Ao mesmo tempo que reivindica para si regalias acima da média (trata-se de pessoal que está num patamar acima da mão-de-obra servil), a elite neo-esclavagista quer ter ao seu dispor mão-de-obra servil ao desbarato.
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Mais:
-» Na América do Sul (por exemplo) foram chacinadas Identidades Autóctones para lhes roubarem os territórios... e agora estão a vender milhões de hectares a multinacionais [a elite neo-esclavagista fala nestes holocaustos? Népia!];
-» Em pleno século XXI tribos da Amazónia têm estado a ser massacradas por madeireiros, garimpeiros, fazendeiros com o intuito de lhes roubarem as terras... muitas das quais para serem vendidas posteriormente a multinacionais [a elite neo-esclavagista fala nestes holocaustos? Népia!].
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{uma nota: pululam por aí muitos investidores da mesma laia dos construtores de caravelas: reclamam que os seus investimentos precisam de muita mão-de-obra servil para poderem ser rentabilizados}
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Mais:
-» A elite neo-esclavagista em conluio com a alta finança (lucram milhares de milhões em especulação financeira) e em conluio com migrantes que se consideram seres superiores no caos... não falam na introdução da Taxa-Tobin como forma de ajudar os mais pobres... querem é que a ajuda aos mais pobres seja feita através da degradação das condições de trabalho da mão-de-obra servil.
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-» Por um planeta aonde povos autóctones possam viver e prosperar ao seu ritmo;
-» E por uma sociedade que premeie quem se esforce mais (socialismo, não obrigado)... mas que, todavia, no entanto... seja uma sociedade que respeite os Direitos da mão-de-obra servil;
---» Todos Diferentes, Todos Iguais... isto é: todas as Identidades Autóctones devem possuir o Direito de ter o SEU espaço no planeta --»» INCLUSIVE as de rendimento demográfico mais baixo, INCLUSIVE as economicamente menos rentáveis.
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Nota 1: Os 'globalization-lovers', UE-lovers. smartphone-lovers (i.e., os indiferentes para com as questões políticas), etc, que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa.
-»»» blog http://separatismo--50--50.blogspot.com/.
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Nota 2: Os Separatistas-50-50 não são fundamentalistas: leia-se, para os separatistas-50-50 devem ser considerados nativos todas as pessoas que valorizam mais a sua condição 'nativo', do que a sua condição 'globalization-lover'.
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Nota 3: É preciso dizer NÃO à democracia-nazi! Isto é, ou seja, é preciso dizer não àqueles... que pretendem democraticamente determinar o Direito (ou não) à Sobrevivência de outros!!!
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Nota 4: Urge dizer à elite deste sistema o mesmo que foi dito aos antigos esclavagistas: a não existência de mão-de-obra servil ao desbarato não vai ser o fim da economia... VÃO CONTINUAR A EXISTIR MUITAS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO (nomeadamente introduzindo mais tecnologia)!

16 de maio de 2019 às 23:15  

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